Trinta anos após o seu lançamento, o telescópio Hubble continua a revelar os segredos do espaço sideral
8 de Abril de 2021
Uma imagem compósita digitalmente colorida capta a Nebulosa do Véu. Este objecto celeste faz parte do Laço do Cisne, que resultou da explosão de uma supernova. NASA/ESA AND Z. LEVAY (STSCI/AURA)
Mantendo-se em funcionamento muito para lá do que se esperava do seu tempo de vida, o telescópio Hubble continua a mostrar-nos o espaço sideral.
Texto: Daniel Stone
E 1990, a NASA e a Agência Espacial Europeia lançaram um telescópio concebido para espreitar as profundezas do universo. Livre da atmosfera terrestre, o satélite conseguiria ver sem as distorções causadas pela atmosfera, pela luz e pela poluição. Os astrónomos calcularam que o Hubble duraria uma década, na melhor das hipóteses.
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A NASA considera o Hubble, que orbita 547 quilómetros acima da Terra, um dos seus melhores investimentos.
As nebulosas planetárias emitem material expelido por estrelas moribundas. NASA/ESA E EQUIPA HUBBLE (STSCI/AURA)
As nuvens de gás e poeira da Nebulosa de Carina têm três anos-luz de extensão. NASA/ESA/STSCI
Este grupo de galáxias chama-se Arp 273. NASA/ESA E EQUIPA HUBBLE (STSCI/AURA)
A Nebulosa do Ovo brilha a 3.000 anos-luz da Terra. RAGHVENDRA SAHAI E JOHN TRAUGER
A Nebulosa do Caranguejo rodeia uma estrela de neutrões superdensa. NASA/ESA (M. WEISSKOPF,NASA – CENTRO MARSHALL PARA VOOS ESPACIAIS)
A Nebulosa do Caranguejo, com vários comprimentos de onda, mostra os gradientes da temperatura. STSCI
Os astrónomos estudaram dez mil estrelas captadas nas imagens do Hubble para criar esta composição sobre a evolução da Via Láctea. A luz da nossa própria galáxia é a mais recente e vibrante. Várias missões de manutenção recorrem ao Hubble para a captação de dados posteriormente decifrados e digitalmente coloridos pelo Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, de forma a criar imagens celestes deslumbrantes.
Trinta anos mais tarde, o telescópio continua a fascinar-nos. As suas famosas imagens ajudaram os astrónomos a responder a algumas das mais importantes perguntas sobre o espaço.
Qual a idade do universo? Resposta: 13.800 milhões de anos. Os buracos negros existem mesmo? R: Sim e são assustadoramente ferozes.
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A galáxia espiral do Sombrero, vista quase de perfil a partir da Terra.
Bolha de gás com 23 anos-luz de diâmetro, representando os restos da explosão de uma supernova.
Explosão expansiva da luz da estrela V838 iluminando a nuvem de poeira que a rodeia.
A interacção das forças gravitacionais contorce duas galáxias em espiral.
A Câmara de Grande Angular 3 do Hubble olha através da Nebulosa Cabeça de Cavalo.
O nascimento e a morte das estrelas criam confusão cósmica numa panorâmica da Nebulosa da Quilha.
Estrelas luminosas brilham aqui perto, na Via Láctea.
Imagem da galáxia espiral NGC 1300.
O gás de uma estrela moribunda, a Nebulosa NGC 6502, toma a forma de uma borboleta.
Um aglomerado de jovens estrelas ilumina a cavidade do rolo de poeira da Nebulosa da Tarântula.
Em 1995, o astrónomo Bob Williams teve uma ideia louca: e se apontasse o Hubble para um local aparentemente escuro do céu?
Isso conduziu à descoberta mágica de que, mesmo onde o olho humano nada vê, existem milhares de galáxias. “Um dos feitos mais duradouros do Hubble será a maneira como mostrou ao público as maravilhas do universo”, resume Kenneth Sembach, director do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, responsável pela supervisão do programa do Hubble.
No próximo ano, a NASA planeia lançar o telescópio espacial James Webb, mas o Hubble ainda não concluiu a sua missão. Juntos, os dois instrumentos poderão compor um retrato ainda mais complexo do universo e procurarão respostas para uma pergunta que nunca perde relevância: o que mais haverá lá fora?