Uma mulher explora uma árvore gigante no Parque de Yosemite. Fotografia de Bill Hatcher, National Geographic Creative.
A National Geographic convida-o a explorar os seus instintos para mudar o mundo.
Texto: Christina Nunez
Às vezes, certos lugares, em alturas específicas da História, tornam-se incubadoras de ideias brilhantes. Por exemplo: Londres durante a era isabelina, ou Paris, nos anos 20 do século XX – o autor Eric Weiner chamou-os de “nichos de génios”.
É claro que nem toda a gente que vivia na margem esquerda, há quase um século, era brilhante. E todos nós, em qualquer altura, podemos ter uma ideia inovadora que muda a vida das pessoas. Como, por exemplo, Kathy Ku, uma estudante de 19 anos que inventou um filtro de água, feito de argila e serradura, que transformou a realidade de milhares de pessoas que, por causa da sua invenção, têm, actualmente, acesso a água potável limpa.
Temos também o caso de Topher White, um explorador emergente da National Geographic que combateu o abate ilegal de árvores na floresta tropical apenas com alguns telemóveis velhos.
A National Geographic está a criar a sua própria plataforma de criatividade chamada Chasing Genius, uma nova iniciativa que tem por objectivo inspirar a criação de soluções que irão melhorar o mundo.
Leia estas sugestões, seleccionadas a partir de alguns dos melhores artigos da National Geographic sobre o que se passa na nossa mente. Pode chegar à conclusão de que a ideia de que o mundo precisava esteve sempre dentro da sua cabeça:
- Reserve tempo para não fazer nada.
Dar espaço à sua cabeça para trabalhar na resolução de problemas (ou para reconhecer novos problemas) pode ser muito mais produtivo do que estimular constantemente o seu cérebro. “Uma coisa tão simples como esperar numa fila para o cinema ou para a caixa do supermercado pode ter resultados absolutamente incríveis”, afirma Augustín Fuentes, um antropólogo que escreveu sobre como a criatividade e a imaginação ajudaram os humanos a evoluir.
- Saia.
Não é preciso escalar uma montanha para ser estimulado. Efectivamente, se enquanto estiver na rua não fizer nada – ou talvez se simplesmente caminhar – será ainda mais benéfico. Estar no meio da natureza pode estimular o pensamento criativo: um estudo de 2012 concluiu que os caminhantes tinham uma taxa de desempenho 50% superior no que respeita à resolução de problemas com recurso a pensamento criativo, depois de passarem quatro dias na floresta, desligados da tecnologia.
Um estudo concluiu que passar uns dias na natureza estimula a capacidade das pessoas na resolução de problemas com recurso a pensamento criativo. Fotografia de Michael Nichols, National Geographic Creative.
- Procure o que pode ajustar à sua volta.
Se pensarmos no iPhone ou nos drones que são adaptados para o transporte de medicamentos, algumas das ideias mais úteis não são propriamente coisas novas. São melhorias de coisas que já existem. O escritor Malcom Gladwell argumenta que Steve Jobs, o génio da Apple, fez mais ajustes do que invenções. O autor Eric Weiner também aventou a mesma ideia quando escrevia sobre a geografia dos génios, observando que “pensamos que foram os antigos atenienses que inventaram a democracia, a arte e a filosofia. Mas, na verdade, foi um empréstimo ou foi “roubado” de comunidades vizinhas.”
- Tenha tempo para brincar.
“Tendemos a pensar no deleite, na brincadeira e no lazer recreativo como os obstáculos do progresso. E, na verdade, é exatamente o contrário”, declara o escritor Steven Johnson. “Muitas das ideias que transformam o mundo começam com essa sensação de deleite, de maravilha ou de diversão.” Desde os robôs até à inteligência artificial, muitas das principais invenções do mundo começaram por ser brinquedos.
- Tenta, e tenta de novo.
A centelha criativa não vale de muito sem perseverança, de acordo com os estudiosos debruçados sobre estes assuntos. “O factor mais importante para prever o impacto é a produtividade”, segundo o Reitor Keith Simonton, professor emérito de Psicologia na Universidade da Califórnia Davis, um decano dedicado ao estudo sobre os génios. Aqueles que trabalham para aperfeiçoar uma ideia – e continuam a experimentar novas hipóteses depois de as primeiras falharem – estão mais aptos a fazer a diferença.
- Não tenha medo de pensar pequeno.
Uma coisa que parece trivial pode revelar mistérios globais – e soluções globais também. As bolhas, por exemplo. “Ninguém presta atenção às bolhas, mas elas são importantes”, explica a física Helen Czerski, “porque uma bolha, que é constituída por um líquido e um gás, pode fazer coisas que esse mesmo líquido e o mesmo gás não conseguem fazer individualmente.” As bolhas podem disfarçar sons, transportar dióxido de carbono no oceano e podem tornar o pão delicioso. O que mais merece a nossa análise, no mundo que nos rodeia?