Texto Patricia Edmonds Arte Romualdo Faura Fotomontagem Javier Jaén
Os cientistas atribuem parcialmente esse fenómeno às alterações climáticas. Thoreau, um defensor de um estilo de vida em harmonia com a natureza, seria seguramente mais incisivo. Uma vez que as mudanças climáticas são alimentadas por indivíduos, empresas, cidades e países não deveriam estes estar envolvidos na procura de soluções?
No seu ensaio de 1863 “Life without Principle”, Thoreau lança um desafio: “Vamos ter em conta a forma como vivemos.” Um século e meio depois, o desafio mantém-se.
CIDADES
Mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas. Em 2050, é provável que as cidades alberguem dois terços da população do planeta. Dado que as áreas urbanas já representam cerca de 76% das emissões de CO2, sobretudo através do consumo de energia, é evidente que algumas soluções terão de ser aplicadas à escala municipal.Há vários esforços possíveis para reduzir a poluição, melhorar infra-estruturas envelhecidas e tornar as cidades mais atractivas para residentes e empresas.
Ruas inteligentes
Chicago construiu “a rua mais verde da América”, uma via com 3,2km no bairro industrial de Pilsen. As ciclovias e parques de estacionamento foram pavimentados com cimento fotocatalítico, cuja composição reduz a poluição; os passeios são de materiais reciclados; a iluminação é alimentada a energia eólica e solar. Canais ajardinados para escoamento das águas pluviais e cobertos com plantas resistentes à seca desviam a água da chuva dos esgotos sobrecarregados. Esta via utiliza menos 42% de energia do que anteriormente e custa menos 21% do que um projecto rodoviário tradicional.
Edifícios verdes
Os edifícios geram cerca de um terço das emissões de gases com efeito de estufa, um valor que descerá à medida que mais cidades imponham edifícios eficientes. Cada vez mais edifícios de escritórios serão equipados com painéis solares e até coberturas ajardinadas, sensores para desligar luzes em salas vazias, janelas revestidas com película para reduzir o calor e sistemas de ventilação e ar condicionado eficientes.
Gestão sustentável da água
A cidade de Los Angeles desenvolveu sistemas pioneiros para captação de águas pluviais. Numa zona propensa a inundações da Avenida Elmer, na zona leste do vale de São Fernando, a água das chuvas era drenada para o oceano. Um projecto de cerca de 2,3 milhões de euros transformou essa área numa “esponja”, que recolhe, anualmente, água suficiente para o abastecimento de 30 famílias.