Texto Gonçalo Pereira   Fotografias colecção privada de Hans Nielson   Fontes Augusto Salgado e Jorge Russo/Centro de Investigação Naval da Marinha, e Vision-Box

Nesta sequência, travou batalhas com o patrulha da Marinha Galgo, um rebocador requisitado ao privado Júdice Fialho, e com um cargueiro armado francês, o SS Caravellas, ambas sem consequências. Um dos navios mercantes afundados foi o cargueiro a vapor norueguês SS Vilhelm Krag, anteriormente designado por SS Nordpol.

Em 2015, os investigadores do projecto U-35 do Centro de Investigação Naval conheceram Hans Nielsen, neto de um tripulante do cargueiro, de nome Hans Larson. “Como historiadores, preocupa-nos a pegada cultural e a identidade dos homens relacionados com o episódio naval”, diz o investigador Augusto Salgado. Nielsen guardara um álbum de fotografias do avô, mas não o conseguia identificar nas imagens de grupo. Quem poderia reconhecê-lo tantos anos depois?

A equipa recorreu à empresa portuguesa Vision-Box, dedicada ao desenvolvimento de soluções de gestão de identidade electrónica baseadas em reconhecimento biométrico. Comparou fotos da tripulação do SS Nordpol com imagens confirmadas de Larson, utilizando algoritmos de identificação biométrica da face, que relacionam imagens entre si comparando características biométricas, o que resulta num valor de possibilidade de correlação. O estudo aponta, com algum grau de certeza, que Larson estava de facto na fotografia de grupo. “Nunca tal tinha sido feito em história naval”, diz Jorge Russo. “O estudo abriu novas possibilidades metodológicas.”

Pesquisar