Um olival na Galileia (Israel), a região com as mais antigas oliveiras do mundo. Algumas têm mais de três mil anos.
Texto: Sharon Jacobs
A oliveira é, há muito, um símbolo de unidade entre os povos. Uma nova investigação sugere que há uma ligação entre os olivais da bacia do Mediterrâneo.
A cientista Julie Angus navegou ao longo das antigas rotas comerciais fenícias, procurando pistas para reforçar a teoria de que foram os primeiros navegadores a difundir as oliveiras pela região há cerca de três mil anos.
Ao longo do percurso, a cientista testou árvores antigas em Espanha, França, Itália, Grécia, Israel e Cisjordânia em busca de semelhanças genéticas, já que subsiste a hipótese de as árvores terem sido domesticadas de forma independente em diferentes regiões.
A motivação para este projecto nasceu de uma visita ao olival da família nos arredores de Alepo, na Síria. “Até então, nunca tinha dado muita atenção ao azeite”, diz Julie, mas ao provar o que
os seus familiares produziam há gerações ficou entusiasmada. Infelizmente, a guerra civil em curso impediu
a investigadora de regressar ao país durante o seu projecto.
Depois de analisar seis dezenas de oliveiras, que alguns acreditam terem mais de três mil anos de idade, a investigadora descobriu marcadores genéticos que ligam amostras do Oeste e Sul da Europa a árvores de Israel e Cisjordânia. “Isto fortalece a hipótese de que foram os fenícios, os únicos que à época navegavam distâncias tão grandes, a trazer aquelas árvores” do seu habitat no Médio Oriente, conclui Julie Angus.