O fotógrafo Cassander Eeftinck Schattenkerk capta a imagem de uma nuvem criada por Smilde nas Termas de Diocleciano, no Museu Nacional Romano.
As nuvens são uma visão comum, mas este artista cria as suas e permite-nos admirar a sua beleza fugaz.
Berndnaut Smilde cria nuvens fofas em locais onde a natureza nunca poderia fazê-lo. As instalações do artista holandês duram cinco ou dez segundos antes de desaparecerem.
O projecto ainda em curso, chamado “Nimbus”, explora os efeitos visuais das nuvens. O interior de uma igreja ou de um museu fica diferente atrás de uma nuvem, e uma nuvem normal parece estranha na sala de um castelo ou na escuridão de um desfiladeiro. Cada cena ganha intensidade precisamente por durar meros instantes.












Os ingredientes das nuvens de Berndnaut são apenas fumo e vapor de água. O artista precisa de um espaço frio e húmido, sem circulação de ar – caso contrário, as nuvens não chegam a formar-se ou caem imediatamente no solo. Ele humedece uma zona com um borrifador para criar vapor de água na atmosfera. Depois, liga máquinas de nevoeiro que emitem partículas minúsculas e o vapor condensa-se em seu redor.
Berndnaut corre em volta da nuvem em formação, levando-a a assumir uma forma com cerca de três metros de comprimento por dois metros de altura. Depois, recua o suficiente para que um fotógrafo possa captar várias imagens. Quando a nuvem se dissipa, ele começa tudo de novo, repetindo o processo dezenas de vezes até ficar satisfeito com os resultados. No final, retoca as imagens para remover digitalmente as ferramentas.
O artista recebe com regularidade encomendas para criar nuvens. São os seus truques troposféricos. Muitas vezes recusa. Diz que só tenta criar novas imagens quando o local lhe proporciona uma sensação especial enquanto artista. Para Berndnaut, o aspecto fundamental do seu trabalho não é a capacidade de criar uma nuvem, mas sim o carácter efémero: ela existe apenas durante um instante e depois desaparece para sempre.
Cada criação implica “estar no sítio certo à hora certa”, resume. “Se estiver a ver uma fotografia, é porque já perdeu o momento.”