Começou por ser uma festa das colheitas em honra de Ceres, a deusa romana das colheitas, da agricultura e da fertilidade. Provavelmente no século XIII foi assimilada como festa de solidariedade cristã, a exemplo de muitos outros festivais pagãos.
“Hino de cor”, como lhe chamou o historiador Fernando Araújo Ferreira, o tabuleiro é o motivo central deste certame único no país e "um poema nascido da arte popular tomarense, das mãos e inspiração do seu povo", acrescentou o historiador.
A Festa dos Tabuleiros em Tomar, começou por ser uma festa das colheitas em honra de Ceres, a deusa romana das colheitas, da agricultura e da fertilidade.
Toda a sinalética da festa, que se realiza de quatro em quatro anos, regista uma simbologia especial. A saber:
Tabuleiros
Correspondem à altura da rapariga. São compostos por trinta pães, tantos como as chagas de Cristo. No total, pesam exactamente uma arroba.
Fitas
Representam as cores das 16 freguesias de Tomar. Com a uniformização da tradição promovida nas décadas de 1950 e 1960, a cor das fitas deve corresponder à da gravata dos homens.
Posição exterior
As raparigas marcham do lado exterior... com uma excepção: como há várias ruas curtas em Tomar, convencionou-se que elas passem para o interior nessas artérias, de forma a que os tabuleiros não choquem com… as varandas.
Uniformização de traje
Tradicionalmente, os elementos masculinos usavam a roupa domingueira no cortejo, mas a indumentária não estava uniformizada. Na década de 1950, convencionou-se a cor do traje, a posição das mangas arregaçadas e a obrigação de fazer corresponder a cor da gravata à da fita das senhoras.
Artigo publicado na edição da National Geographic de Junho de 2019.