Edição história NG

Está nas bancas e a caminho dos assinantes mais uma edição da National Geographic História.

Uma rapariga segura o cabelo com a mão esquerda num gesto simples, enquanto nos fita com os seus grandes olhos abertos. É bela. Parece séria ou, pelo menos, abstraída… Em que pensará? O seu gesto é igual ao de qualquer uma das adolescentes modernas que se penteia em frente do espelho ou que tira uma selfie para publicar nas redes sociais. No entanto, os seus grandes olhos abertos contemplam-nos desde a Antiguidade. Esta jovem fita-nos através da história. É a rapariga que um pintor retratou na famosa sala da Villa dos Mistérios em Pompeia.

Estaria apaixonada ou teve de resignar-se a um casamento combinado? Terá sido feliz? Terá tido filhos? Nunca conseguiremos responder a tais perguntas. Os olhos da nossa desconhecida relembram-nos que a história é escrita por homens e mulheres de carne e osso, que sofreram, amaram, perderam ou ganharam no jogo da vida. Pessoas famosas e outras anónimas.

No famoso poema sobre a história e os seus protagonistas, Bertolt Brecht pergunta-nos se quem construiu Tebas foram os reis cujos nomes figuram nos livros de história. Se Alexandre, Júlio César ou Frederico II ganharam as suas campanhas sozinhos, sem soldados ou cozinheiros. Ou se os arcos do triunfo que fazem a grandeza de Roma foram erguidos pelos imperadores ou por pessoas comuns. A força trituradora da história destrói as biografias dos indivíduos comuns – talvez por isso este retrato de uma mulher desconhecida nos intrigue tanto.

Este mês, ela interpela-nos na capa da revista.

Boas leituras!

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