Os segredos dos pigmentos venenosos em encadernações de livros do século XIX.
Texto: Justin Brower
Obras de mistério e manuais forenses existentes em bibliotecas e colecções contêm frequentemente veneno – veneno enquanto tópico, naturalmente. No entanto, numa reviravolta recambolesca, tem vindo a ser encontrado veneno em livros, como estes exemplares verdes brilhantes em baixo. As suas encadernações foram tingidas com um pigmento da era victoriana, conhecido como verde-esmeralda, que continha arsénico. Melissa Tedone e Rosie Grayburn, cientistas especializadas em conservação do Museu Winterthur em Delaware, desenvolvem investigação para localizar e catalogar estes volumes e para alertar o público para eles. O Poison Book Project [Projecto do Livro Venenoso] já descobriu 88 volumes com arsénico, usando técnicas espectrais avançadas. Os processos de detecção são cuidadosos para não “danificar peças de arte”, explica Rosie Grayburn.
A maior parte dos livros onde foi aplicado o verde-esmeralda foi produzida na década de 1850 e ainda podem existir milhares em todo o mundo, dizem as investigadoras. E o manuseamento sistemático dos livros envenenados pode deixar um indivíduo levemente doente, mas seria preciso “comer” um volume para correr um risco sério. O conselho de Melissa Tedone é simples: “Não é preciso entrar em pânico e deitá-los fora” e “qualquer biblioteca que coleccione obras de meados do século XIX, encadernadas com tecido, provavelmente terá pelo menos um ou dois exemplares assim”, diz