Na imagem, gravura fantasiosa de Georg Caspar Prauntz que representa a destruição de Lisboa pelo terramoto.
Embora não tenha sido o primeiro sismo registado na capital portuguesa, o de 1755 foi o mais devastador.
O carácter arbitrário da destruição teve enorme impacte sobre o desejo do Iluminismo de construir um mundo melhor e mais justo.
No dia 1 de Novembro de 1755, entre as 7 e as 9 horas da manhã, a terra começou a tremer em Lisboa com uma força nunca antes vista. Em pânico, a população saiu para a rua enquanto os edifícios se desmoronavam à sua passagem. Deflagraram incêndios por todo o lado. Entretanto, no porto, três gigantescas vagas com uma altura de dez metros arrasaram tudo o que encontraram à sua passagem, incluindo aqueles que tinham fugido para ali em busca de refúgio. A imagem final foi dantesca: o que restava de Lisboa era consumido pelas chamas, que demoraram cinco dias até serem controladas. 85% dos edifícios, entre os quais o palácio real, foram destruídos pelo terramoto (estima-se que tenha tido magnitude de 9 na escala de Richter) ou pelos incêndios.
Vinte a sessenta mil pessoas terão perdido a vida. A catástrofe foi de tal ordem que influenciou o optimismo inicial dos iluministas, recordando-lhes a fragilidade da existência humana.
As ruínas do Convento do Carmo, cuja igreja era a maior do estilo gótico em Lisboa, foram preservadas para relembrar aos lisboetas a magnitude do sismo de 1 de Novembro de 1755.