Capa da 1ª edição da Revista National Geographic lançada em Outubro de 1888.
Texto: Jill Tiefenthaler
Em 1929, uma equipa com uma bússola solar e uma bandeira da National Geographic Society sobrevoou o deserto antárctico numa extraordinária façanha científica. O explorador Richard E. Byrd liderou o perigoso primeiro sobrevoo do Pólo Sul e fotografou cerca de 380.000 quilómetros quadrados da Antárctida ao longo do caminho.
Quase um século mais tarde, a especialista em glaciação e exploradora da National Geographic, Alison Criscitiello, iniciou a sua árdua jornada, explorando o poder da tecnologia em condições desumanas para desvendar os segredos do passado da Terra e obter dados sobre os desafios climáticos de hoje.
Ao abrigo da expedição da National Geographic e da Rolex Perpetual Planet ao monte Logan, ela e a equipa escalaram o pico mais alto do Canadá e extraíram um núcleo de gelo que continha cerca de 30.000 anos de dados. A façanha quebrou barreiras para as mulheres e para a ciência: “Nunca se tinha perfurado (…) gelo profundo a semelhante altitude”, afirma Criscitiello.
Aproveitando a celebração do 135.º aniversário da National Geographic, faço uma reflexão sobre o tema de capa da edição de Janeiro: a longevidade. Década após década, como continua a National Geographic a alargar os limites do conhecimento? Creio que a chave do poder de permanência da National Geographic é o nosso compromisso para enfrentar grandes desafios, aproveitar a determinação e a visão dos nossos exploradores e abraçar o engenho humano.
Guiados pelo plano estratégico da Sociedade, o NG Next, contemplamos três caminhos para avançar para o futuro:
- Investimos em exploradores que trabalham para abordar e resolver as crises globais do nosso tempo, como as alterações climáticas e perda de biodiversidade.
- Tornamos a exploração mais inclusiva. Recrutamos cientistas, educadores e contadores de histórias em mais de 140 países, amplificando a voz dos exploradores negros, indígenas e de outras etnias e trabalhando com as comunidades locais. Metade das nossas bolsas de 2022 foram concedidas a mulheres e mais de 60% a bolseiros não-americanos.
- Tornamos a exploração mais participativa, fomentando o envolvimento de públicos globais na ciência e jornalismo cidadãos, eventos em directo, iniciativas educacionais, programas pra a juventude e muito mais.
À medida que a National Geographic dá as boas-vindas a 2023, faz avançar a ciência e incute curiosidade em centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Junte-se a nós e ajude-nos a moldar os próximos 135 anos.
Jill Tiefenthaler, Directora-geral da National Geographic Society. Fotografia de Mark Thiessen.