A cozinha representada neste mural de uma villa de Pompeia está abastecida de iguarias raras (tordos) e um alimento comum (ovos).
Ao contrário do que se poderia imaginar, raramente os antigos romanos usufruíam de faustosas refeições. Mas havia um prato favorito, que tinha lugar reservado quer na mesa dos ricos quer na dos pobres: a costeleta de porco.
Texto: A. R. Williams
Fotografia: Samuel Magal, Sites & Photos LTD/Bridgeman Images
Bolinhos de faisão. Guisado de avestruz. Flamingo assado. Receitas sobreviventes do Império Romano sugerem que iguarias como essas podem ter sido servidas em banquetes de luxo. No entanto, os arqueólogos que vasculharam lixeiras e fossas desse período concluíram que as iguarias exóticas eram raras na época e que os romanos geralmente consumiam produtos de origem local muito semelhantes aos que as populações mediterrâneas consomem hoje.
No sítio arqueológico costeiro de Herculano, numa lixeira utilizada até à erupção do Vesúvio em 79 d.C., os arqueólogos encontraram muitas pistas sobre a dieta dos habitantes locais. Vasculhando outras lixeiras, identificaram 114 tipos de alimentos diferentes, entre os quais 45 espécies de peixe, vestígios de porco, ovelha e galinha, ervas, frutas, nozes e grãos.
Nas ruínas de Pompeia, Michael MacKinnon, da Universidade de Winnipeg, analisou as sobras da carne favorita dos romanos: o porco. Ricos e pobres comiam-na, preparada de acordo com maior ou menor poder de compra, diz: “Ambos teriam costeletas de porco à mesa, mas os ricos provavelmente utilizariam especiarias mais caras no prato.”