Morgan Freeman é um actor e realizador de cinema que já deu voz ao Todo Poderoso em filmes de Hollywood. Este ano, aceitou outro papel, colocando grandes questões cosmológicas na série “A História de Deus com Morgan Freeman”, do National Geographic Channel. A busca por respostas levou Freeman, de 79 anos, a locais sagrados de todo o mundo.
Fotografia Miller Mobley
Chegou a este projecto com alguma curiosidade sobre Deus e a fé que quisesse explorar?
Penso que sou como a maior parte das pessoas que cresceu com a imagem de Deus. A minha avó não era muito religiosa, mas era uma crente aplicada. Ia à igreja quando estava cansada.
Ela era costureira. Sabe quando se diz às crianças que Deus é amor? Bom, quando eu tinha 13 anos, comecei a questionar tudo isso. E esse processo continua. Esta série foi uma oportunidade para mergulhar realmente na questão e ir à procura de algumas respostas.
Algumas pessoas imaginam Deus igual a si depois de Lhe ter dado voz em dois filmes. Como o imagina?
Eu? Sabe que o [actor] George Burns também desempenhou o papel de Deus [risos]. Não acho que exista uma imagem de Deus. Gosto da ideia de raios a descerem das nuvens. Gosto da ideia de ver a Via Láctea numa noite clara e estrelada ou sob a Lua cheia. Essa é a essência da existência. Estarmos ali com o grande desconhecido. Isso é Deus.
Como foi a experiência de visitar locais tão sagrados como vigiados?
Não foi mau, excepto talvez numa única ocasião na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Fomos expulsos porque não me soube calar e usei uma palavra inadmissível e que não percebemos que era inadmissível. Estávamos num dos túmulos abaixo do local onde ocorreu a crucificação de Jesus. Usei o termo “mito”, referindo-me ao que tinha ocorrido ali e fomos rapidamente convidados a sair. Mas fomos autorizados a regressar no dia seguinte.