Em A História do Cerco de Lisboa, José Saramago relata como o revisor Raimundo decidiu reescrever a história daquele episódio do século XII, acrescentando uma simples palavra num livro que desvirtuou a versão correcta do cerco de Lisboa: afinal, os Cruzados NÃO tinham vindo em socorro do primeiro rei de Portugal. Foi a parábola adequada para interpretar um fenómeno de revisionismo que dava então os primeiros passos.

Numa época de fake news, verdades incompletas e versões doutrinárias da história à medida das conveniências ideológicas, consideramos cada vez mais importante a afirmação de fontes fiáveis e o relato da história apoiado em documentos e elementos fundamentados. Vive-se o paradoxo de haver um número crescente de leitores interessados em temas históricos, embora seja cada vez mais difícil destrinçar as publicações e os autores fidedignos.

É essa a pedra de toque para o lançamento desta revista – a História National Geographic. De dois em dois meses, contar-lhe-nos relatos dramáticos, mas fiáveis, de alguns dos episódios mais famosos e infames da história, começando com a aventura que está prestes a completar um século — a descoberta do túmulo de Tutankhamon. Na National Geographic, acreditamos que uma narrativa é sempre mais ressonante quando junta os pormenores e colorido da pequena história às datas e factos da grande história.

Como Júlio Verne, que também será lembrado, acreditamos que um homem ou uma mulher, no contexto certo, podem mudar o mundo. Tal como a revista que lhe chega agora às mãos. 
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