A diferença na aparência entre machos e fêmeas de uma espécie chama-se dimorfismo sexual. O termo implica que há uma linha divisória entre os géneros. No reino animal, inúmeras espécies pertencem cumulativamente aos dois géneros.
Fotografia James K. Adams
O mundo natural está repleto de hermafroditas, animais que à primeira vista aparentam ser do sexo masculino ou feminino, mas têm os órgãos reprodutores dos dois géneros. Os seus primos menos comuns são ginandromorfos, reunindo um mosaico de traços masculinos e femininos, como o tamanho e a cor de um e os órgãos genitais do outro.
Mais raro ainda é o ginandromorfismo bilateral (em cima), um animal que é metade macho e metade fêmea, dividido ao meio. O fenómeno tem sido registado em aves, crustáceos e borboletas.
Os cromossomas sexuais das borboletas são o inverso dos humanos.
O biólogo Josh Jahner explica a tese mais popular para explicar a origem destes exemplares atípicos: os cromossomas sexuais das borboletas são o inverso dos humanos – os machos têm dois iguais (ZZ), as fêmeas dois diferentes (ZW).
O ovo de uma fêmea por vezes tem dois núcleos, um Z e um W. Quando ambos são fertilizados pelo esperma Z masculino, o embrião resultante é metade de cada sexo, explica Josh.
Quão raros são estes espécimes? Na década de 1980, uma equipa de cientistas que estudou quase trinta mil borboletas identificou apenas cinco ginandromorfos bilaterais. O biólogo conta que os exemplares ginandromorfos que tem no laboratório tentaram sem sucesso produzir ovos. A falha deveu-se, provavelmente, a irregularidades nos sistemas reprodutivos. Portanto, embora estes exemplares ostentem uma fusão impressionante de cores, essa é uma característica que não podem passar às gerações seguintes.
PAPILIO GLAUCUS
Habitat/Distribuição
Florestas, parques e subúrbios do território oriental dos Estados Unidos e de parte do Canadá.
Outros factos
O lado amarelo é masculino e o lado escuro é feminino neste exemplar ginandromorfo bilateral (aqui aumentado cerca de 1,5 vezes em relação ao tamanho natural). O termo combina o gyn grego, ou fêmea, e andro, ou macho.