A produção de uma imagem tridimensional de um animal é um processo complexo. “Se ele pestanejar, respirar ou mover uma pata, temos de começar de novo”, diz Duncan Irschick.
Texto Rachel Hartigan Shea Fotografia Duncan J. Irschick e Christine Shepard
Resultado da modelação 3D.
Este biólogo da Universidade de Massachusetts teve sorte com um sapo-boi que encontrou nas Filipinas: o animal não se mexeu enquanto ele recolheu 30 fotografias, de todos os ângulos. Com as imagens, criou esta versão 3D.
Agora, Duncan utiliza uma tecnologia que baptizou com o nome de Beastcam, um equipamento portátil e adaptável, semelhante aos equipamentos usados pelos criadores de jogos de vídeo para criar imagens realistas de seres humanos. As câmaras, instaladas em redor do animal, captam imagens em simultâneo, eliminando o problema do movimento.
COMO FUNCIONA: Passo 1: O animal é colocado na plataforma. As Beastcams podem fotografar animais com dimensões que variam entre 2 centímetros e 2 metros.
Passo 2: Um dispositivo sem fios permite que várias câmaras (30 no caso do sapo-boi, disparem em simultâneo. “Podemos, literalmente, recolher centenas de modelos de animais num dia”, diz Duncan Irschick. Fotografia Christine Shepard.
Duncan e Christine Shepard, a fotógrafa, usam a Beastcam para um projecto ambicioso a que chamaram Vida Digital. Pretendem “criar modelos precisos e de alta resolução da vida na Terra.”, resume o coordenador do projecto.
Os modelos digitais dão ao público a oportunidade de examinar os animais de perto. Servem também fins científicos: os investigadores podem usá-los para recolher medidas com maior precisão do que é possível na vida real. As Beastcams permitem ainda que se recolham exemplares digitais de espécies existentes em países que proíbem as exportações desses animais. O objetivo a longo prazo do Vida Digital é capturar “tudo”, diz Duncan. “Mas demorará muitas décadas.”