Em Moçambique, no extremo sul do vale do Rifte, o Parque Nacional da Gorongosa foi em tempos uma das áreas protegidas mais densas de África, mas a maior parte das grandes manadas e de outros grandes animais desapareceu durante décadas de guerra. 

Para o administrador do parque, Mateus Mutemba, a recuperação das populações de vida selvagem implica cuidar do ambiente e das pessoas. E a receita está a funcionar.

Texto David Braun   Fotografia Gorongosa Media

 

Qual é a sua missão?
Ajudar os outros a melhorar e a descobrir as melhores alternativas para fugir à armadilha da pobreza através do uso sustentável dos recursos naturais, proporcionando mais oportunidades de educação, mais serviços e oportunidades económicas. O trabalho na Gorongosa, onde a nossa missão se concentra na protecção da biodiversidade e na promoção do desenvolvimento humano, é um óptimo veículo para atingir esse objectivo e, nesse sentido, faz-me sentir útil ao meu povo e ao meu país.

Qual é a sua estratégia?
Com a minha experiência em desenvolvimento comunitário, ajudei a Gorongosa a afastar-se da definição tradicional de parque nacional como uma “fortaleza de conservação”. Procuramos ali uma abordagem mais inovadora e inclusiva.

Ajudei a Gorongosa a afastar-se da definição tradicional de parque nacional como uma “fortaleza de conservação”.

O parque e os parceiros de financiamento usam a Gorongosa como um centro de desenvolvimento humano para implementar programas de grande escala na área da saúde, educação e agricultura sustentável para as comunidades vizinhas. Por sua vez, as populações estão mais predispostas a ver o parque como um aliado, evitando actividades que possam ameaçar o futuro, como a caça ilegal e a desflorestação. Num ciclo de apoio mútuo, a nossa equipa usa a Gorongosa para catalisar o desenvolvimento humano e simultaneamente proteger a vida selvagem e a biodiversidade.

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