Na imagem, o macho Morales fotografado ao largo da frente atlântica de Almada.
Entre 4 e 5 de Outubro de 2017, uma família de oito orcas passeou tranquilamente entre a lagoa de Albufeira e a foz do rio Tejo.
Dias depois, foram vistas nos arredores de Tróia e, na semana seguinte, avistadas a norte da Ericeira. No final de Outubro, este grupo foi fotografado ao largo de Saint Jean de Luz no País Basco. O macho dominante, Morales, com cerca de 30 anos de idade e uma barbatana dorsal imponente, é a prova de todas as ocorrências por onde passou.
Segundo a bióloga Sara Magalhães, da empresa de observação de cetáceos Mar Ilimitado, a família é conhecida há mais de dez anos em Sagres. “Em 2005, fotografámos pela primeira vez orcas ao largo de Sagres. Contactei a colega espanhola Ruth Esteban, que estudou orcas ao longo de 15 anos entre o Atlântico e o Mediterrâneo e começámos a montar o puzzle.”
Três dezenas de orcas de cinco famílias estão identificadas como predadoras frequentes dos atuns-rabilhos que passam no estreito de Gibraltar para desovar no Mediterrâneo. Durante anos, não se conhecia o destino, nem as rotas destas populações após o banquete de Verão. Com a foto-identificação, a Internet e as redes sociais, começaram a desenhar-se padrões de deslocação. Todos os anos, vários grupos de orcas são observados na costa portuguesa. Já têm nomes, conhece-se o seu parentesco, a idade e cada vez mais as suas movimentações.
“Os grupos A1 e A2 formaram no início um único grupo (A), mas com o aumento de número, separaram-se”, explica Ruth Esteban. “Actualmente, é normal ver Morales com a mãe no grupo A2 quando se encontram no Sul de Espanha.”
A cauda do macho Morales.