Podemos gastar horas a ver vídeos engraçados de animais. Alguns de nós até se sentem mais próximos dos animais de estimação do que da família.
Texto: Amanda B. Fiegl
Têm-nos na palma da mão. Anualmente, gastamos milhares de euros para manter os nossos cães e gatos bem alimentados, entretidos e confortáveis. O que nos liga tão fortemente a estas criaturas de quatro patas, peludas e tão diferentes de nós?
Parte da resposta é a biologia: acariciar os animais de estimação liberta oxitocina, a mesma hormona que liga mães e bebés, no acariciador e no acariciado. Estudos já revelaram que gastar tempo com animais geralmente torna-nos mais felizes e saudáveis, e pode até prolongar o nosso tempo de vida.
Outra parte da resposta é a história partilhada: estamos mais próximos de gatos e cães do que da maioria das outras espécies há milhares de anos e convidámo-los a entrar nas nossas casas como guardiões e companheiros de confiança.
E, claro, parte da resposta é simplesmente o facto de serem queridos e cómicos, como o ilustram estas fotografias enviadas para a rubrica “A Sua Foto” da National Geographic.
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Numa viagem a Sighişoara (Roménia), o empresário polaco Stanislaw Jawor gostou da forma como a antiga praça transmitia a estranha beleza da região que inspirou as lendas de Drácula. Decidiu revisitá-la à luz da Lua com a sua máquina fotográfica e teve sorte: um gato preto de olhos brilhantes estava exactamente no lugar certo.
No exterior da casa dos artistas mexicanos Diego Rivera e Frida Kahlo, um gato doméstico preenche uma moldura que pode parecer familiar aos leitores da National Geographic. O fotógrafo preparava-se para captar as cores ousadas no trabalho dos artistas mexicanos quando o intruso invadiu a imagem.
Numa festa em Minsk (Bielorrússia), o criador de gatos Serge Kavaleuski estava a celebrar a vitória de um dos seus concorrentes num campeonato quando um segundo felino tomou conta da ribalta. O “ladrão de atenções”, um gato chamado Hitomi, começou a mastigar a palhinha de um copo “de uma forma tão engraçada que tive de o fotografar”, diz Serge.
Para o estudante de engenharia filipino Jonathan Vitug, o focinho suplicante de um gato vadio preso no seu quintal “representa o que os gatos querem das pessoas que se preocupam: que os ajudemos”. Ele pensa que os gatos precisam de maior protecção no seu país. O resultado desse sentimento, segundo Jonathan, chama-se agora Pepper.
O intervalo entre o edifício e a varanda em Kehtna (Estónia) tinha o tamanho suficiente para deixar passar a cabeça de um galgo, como reparou o fotógrafo Kaupo Peetso durante uma visita a Tallinn. As crianças que ali viviam disseram-lhe que era uma cena familiar. “Sempre que está sozinho, fica na varanda à espera que alguém regresse a casa”, diz o autor.
“Qualquer dia passado nas montanhas com os meus cães é um óptimo dia”, assegura Bjørnar Kruse, consultor ambiental norueguês cujo hobby é andar de trenó puxado a cães. Depois de uma pausa para lanchar nas montanhas de Gausdal, Xenia (em segundo plano) estava ansioso por seguir viagem, mas Bjørnar assegura que o seu companheiro de trenó, Iso, consumia ainda alguns pedaços de salmão.
A fotografia bem-sucedida de Jason Neely transformou o seu cachorro Sidney numa estrela do mundo canino. Depois de a banda Weezer ver a fotografia na National Geographic, a imagem tornou-se a capa de “Raditude”, o álbum do grupo editado em 2009. Aos 5 anos, Sidney mantinha-se activo e, segundo o dono, “os saltos pouco diminuíram.”
Já para Filipe Patrocínio, o objectivo é captar texturas. E o enorme grand danois presta-se a isso na serra da Estrela. Este gigante de 70 quilogramas camufla-se na neve serrana como se a sua raça fosse o resquício de uma era a preto e branco.
Din Din é o nome de um gato selvagem da Praia da Senhora da Rocha, em Lagoa. Acolhido pelos pescadores, riposta quando sente que lhe invadem o território de caça. “Fotografo e filmo esta praia quase diariamente. Quando não há céu ou ondas que me agradem, viro-me para os gatos”, explica o fotógrafo Jorge Florêncio.
A eterna cumplicidade entre dono e animal de estimação documentada por Pedro Vilela numa rua de Sevilha.