Embora na actualidade seja um dos ingredientes essenciais da dieta mediterrânea mundialmente celebrada, o tomate é relativamente recente nas nossas cozinhas e receitas.
Texto: Eva van den Berg
Fotografias: Pau Fabregat
Oriundo do Novo Mundo, foi trazido pelos conquistadores espanhóis no regresso à Europa aproximadamente em 1540. Dali, expandiu-se para Itália e depois, rapidamente, por todo o continente. Pensa-se que os primeiros exemplares a chegar à Europa eram de uma variedade amarela, razão pela qual em Itália o tomate ficou conhecido por pomodoro ou “maçã dourada”. No entanto, a sua chegada à Europa não foi promovida por um ímpeto gastronómico. Foi trazido como planta ornamental, mas as suas cores vivas geraram a crença de que era tóxico. Só em meados do século XVIII se tornou o pilar fundamental de quase todos os nossos pratos típicos.
Pouco depois, esta planta solanácea, parente das batatas, pimentos e beringelas, passou a ser considerada o pináculo de virtudes. Por ser rico em vitamina C e antioxidantes como o licopeno, o consumo de tomate é altamente recomendado por nutricionistas.

















O nome da variedade de tomate pode ser diferente de acordo com a região ou país.
Hoje, existem centenas de variedades de tomate e cada uma tem características específicas. Mas a batalha não terminou.
A agricultura intensiva, na sua ânsia de aumentar a produtividade, pôs em xeque não só a diversidade biológica desta planta (e de muitas outras), mas também o poder das suas qualidades. Os especialistas debatem até que ponto a manipulação genética e o uso intensivo de pesticidas incidem na qualidade do produto. Entretanto, a política de produção intensiva uniformizou a oferta de uma forma contundente, pelo que a preservação das variedades hortícolas é uma tarefa que recai em muitos pequenos agricultores e também nos bancos de germoplasma que guardam as sementes mais heterogéneas e, com elas, a diversidade genética da maior parte das nossas culturas e espécies silvestres associadas. Graças a eles ainda podemos desfrutar dessa sinfonia vegetal e preservá-la para as próximas gerações.