Orangotangos num santuário da Floresta de Bornéu.
Nas florestas de Bornéu e de Samatra, os comportamentos dos orangotangos persistem, mas alguns mistérios das suas vidas têm sido desvendados.
1. As fêmeas de orangotango só têm crias a cada seis a nove anos, nenhum outro mamífero tem um intervalo tão grande entre nascimentos.
2. As crias ficam com as mães até aos 10 anos, aprendendo a sobreviver. Um dos ensinamentos é a capacidade para encontrar os frutos mais nutritivos da floresta.
3. Ao contrário dos gorilas e chimpanzés, os orangotangos levam vidas essencialmente solitárias. Passam quase todo o tempo na copa das árvores, percorrem longas distâncias a vaguear e ocupam maioritariamente florestas acidentadas ou zonas baixas pantanosas, de difícil acesso aos seres humanos.
4. Nas décadas de 1980 e 1990, alguns conservacionistas previram que os orangotangos se extinguiriam num período de 20 a 30 anos. Felizmente, isso não aconteceu. Sabe-se agora que existem muitos mais milhares de orangotangos do que se pensava haver na viragem do milénio.
5. Durante vários séculos, os cientistas pensaram que todos os orangotangos pertenciam a uma espécie, mas, nas últimas duas décadas, novos dados levaram os investigadores a considerar os orangotangos de Bornéu e de Samatra como espécies diferenciadas. Alguns comportamentos ocorrem apenas em determinadas zonas, o que sugere a existência de culturas regionais.








6. Os orangotangos fazem um som parecido com um “beijo repenicado”para ecoar uma ameaça.
7. Alguns machos pesam quase 90 quilogramas, o que não os impede de trepar 30 metros até à copa das árvores. Os orangotangos são os maiores animais arborícolas do mundo.
8. Nem todos os machos desenvolvem corpos enormes, flanges faciais e papos guturais. Muitos conservam corpos mais pequenos depois de atingirem a maturidade sexual, transformando-se mais tarde do que outros indivíduos. Alguns nunca chegam a desenvolver-se. O mecanismo por detrás desta divergência, chamado bimaturismo, é um dos maiores mistérios da zoologia.
9. Os orangotangos utilizam um ramo com folhas como guarda-chuva improvisado. Este comportamento adquirido é um exemplo da “cultura” dos orangotangos, transmitida de geração em geração.
10. Já foram observados animais a limpar o queixo, os olhos e o corpo com folhas. Por vezes, tentam remover resíduos pegajosos deixados pelos alimentos, mas a razão para este gesto ainda não é clara.