Uma pequena ilha, espécies ameaçadas e muitos visitantes.
Texto: Alexandre Vaz
Fotografia: Luís Quinta
Suficientemente distante para que seja desafiante lá chegar mas suficientemente perto para que a sua presença magnética se imponha sobre quem o avista a partir da costa, o arquipélago das Berlengas é constituído pela ilha da Berlenga e pelos ilhéus das Estelas e dos Farilhões-Forcadas. Tem sido, ao longo de décadas, o destino de aventuras de um dia ou de longas estadas de Verão. Foi classificado como Reserva Natural em 1981.
A Reserva encerra um património natural valioso tanto em terra como no mar. As ilhas acolhem as únicas populações reprodutoras regulares em Portugal de roque-de-castro e de pardela-de-bico-amarelo, excluindo os Açores e a Madeira. São também o reduto de uma subespécie endémica de lagartixa (Podarcis carbonelli berlengensis) e de plantas autóctones como a magnífica arméria das Berlengas (Armeria berlengensis).
A necessidade de compatibilização dos valores naturais obrigou à criação de limites de visitantes diários. Em 2022, depois de um período de acalmia imposto pela pandemia, foi finalmente possível definir um limite para o número de visitantes em simultâneo (550 em 2022, pagando 3 euros numa plataforma digital). Foram também desenvolvidas campanhas de erradicação de espécies invasoras e de melhoria do habitat das espécies protegidas.
Os números
3
taxa turística, em euros
78,8
área da ilha em hectares
550
máximo de visitantes em simultâneo
80.000
visitantes em 2018