Ganso-patola, a espécie mais numerosa nas águas portuguesas, ao largo de Peniche. Fotografia de Luís Ferreira.
Os 1,7 milhões de quilómetros quadrados da Zona Económica Exclusiva são essenciais para muitas aves marinhas.
Texto: Alexandre Vaz
Fontes: Spea, Luís Gordinho, Elmberg, J., Hirschfeld, E., Cardoso, H., & Hessel, R. (2020). «Seabird Migration at Cabo Carvoeiro (Peniche, Portugal) in Autumn 2015». Marine Ornithology, 48, 231-244
Localização
A localização periférica do território continental e insular português leva a que as águas sob sua jurisdição se constituam como zonas vitais para um grande número de espécies de aves marinhas. Das cerca de 330 espécies de aves que dependem do mar aberto, 20 reproduzem-se em território português e três destas são endémicas.
Conservação
Durante décadas, a conservação das aves marinhas (o grupo de aves mais ameaçado) baseou-se em medidas de protecção das colónias, mas hoje compreende-se que esse esforço é insuficiente se não se acautelarem as zonas de alimentação e os corredores migratórios destas espécies.
Migrações
Apesar de as espécies endémicas e de as maiores colónias de aves marinhas se reproduzirem nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, é ao largo da costa continental que pode ser observado o maior número de espécies e de indivíduos nas suas viagens migratórias.
Na migração de Outono, são avistadas a partir da costa milhares de aves marinhas num só dia.
Os números
54
Espécies de aves marinhas regularmente observadas em águas portuguesas
59
Áreas marinhas classificadas no continente e ilhas
415.000
Gansos-patola cruzam as águas portuguesas todos os outonos