Comida e sexo são preocupações primordiais para os seres humanos e para os seus parentes próximos, os chimpanzés.
Texto Patricia Edmonds
Durante anos, cientistas Homo sapiens estudaram esses apetites nas populações de Pan troglodytes com resultados inconclusivos.
Em média, as fêmeas de chimpanzés fazem um intervalo de cinco a seis anos entre os nascimentos, um dos mais longos entre os mamíferos. Para aumentar as possibilidades de reprodução, a fêmea acasala “com a maioria ou mesmo com todos os machos do grupo”, diz a primatóloga Melissa Emery Thompson. Enquanto isso, os machos competem ou lutam com outros pretendentes. Alguns estudos relatam casos de machos que tentam “adoçar o acordo”, partilhando presas capturadas ou fruta com as fêmeas com que acasalaram. Em 2007, num estudo sobre chimpanzés do Oeste africano, uma fêmea acompanhou mais frequentemente um macho que lhe deu papaias roubadas, levando a investigadora Kimberley Hockings a sugerir que o macho trocava “o fruto proibido” por “outros serviços”.
Muitos estudos não suportam esta teoria de sexo-por-comida, diz Melissa: “As pessoas agarram-se à ideia porque a acham excitante.” A sua pesquisa sugere, em contrapartida, que, rodeadas por machos em busca de sexo, as fêmeas são menos capazes de forragear e alimentar-se, o que reduz a sua fertilidade.
Habitat/Distribuição: Florestas e savanas em 21 países africanos
Estatuto de conservação: Ameaçado
Outros factos: As fêmeas acasalam promiscuamente de forma a que muitos machos pemsem que podem ser o pai da cria desencorajando deste modo o infanticídio