Em 2013, os biólogos ficaram surpreendidos ao capturarem um peixe-dourado com 40 centímetros de comprimento no lago Tahoe.
Texto Erika Engelhaupt Arte Daisy Chung. Fontes Zeb Hogan e Sudeep Chandra, Universidade de Nevada; Allyse Ferrara, Universidade Estadual de Nicholls, Louisiana; Ryan Koenigs, Departamento de Recursos Naturais do Wisconsin.
Atractosteus spatula - Um exemplar típico, capturado na pesca comercial, tem cerca de um metro de comprimento e 9 a 16 quilogramas de peso. Um exemplar capturado em 2011 bateu o recorde: 2,5 metros do comprimento, 148kg e pelo menos 94 anos de idade.
O animal tinha companhia: os peixes de aquário largados ali pelos antigos proprietários multiplicam-se no lago e atingem dimensões anormais. Como os peixes-dourados têm muito alimento disponível e pouca competição, “é possível que, no futuro, vejamos peixes ainda maiores no lago”, diz Sudeep Chandra, investigador de ecossistemas aquáticos da Universidade de Nevada.
O segredo para o tamanho destes peixes é o tempo.
Carassius auratus - É errada a afirmação de que um peixinho-dourado não pode crescer mais do que o aquário onde está. De facto, muitos são deitados fora quando crescem mais do que os seus tanques. O maior exemplar, relatado pelo Guinness World Records, tinha 47,5 centímetros de comprimento.
Ao contrário dos humanos, cujo crescimento pára depois da puberdade, muitos peixes continuam a crescer ao longo da vida. Um esturjão, por exemplo, pode viver mais de 100 anos e atingir 2,5 metros de comprimento. No entanto, na maior parte do planeta, o excesso de pesca trava a longevidade dos peixes. Como resultado, “o mundo vai perdendo os seus grandes exemplares”, acrescenta o biólogo Zeb Hogan.
Em contrapartida, em alguns locais onde a pesca está restrita, estão a estabelecer-se novos recordes. “No passado, alguns desses relatos eram tomados como exageros, mas agora parecem credíveis”, acrescenta Zeb, que é também o apresentador da série de televisão “Monster Fish” do Nat Geo Wild.
Com os peixes-dourados a crescer no lago Tahoe, Sudeep Chandra quer documentar a forma como estes estão a alterar o ecossistema. Para isso, pretende lançar à água um peixe robótico, capaz de observar furtivamente os gigantes de água doce.
Epinephelus itajara - Pescado em excesso durante décadas, este peixe não vivia tempo suficiente para atingir grandes dimensões. Hoje, graças a medidas de conservação impostas na década de 1990, os grandes meros estão de regresso e alguns chegam a atingir 270kg.
Acipenser fulvescens - Em tempos, os grandes esturjões eram capturas acessórias comuns nos Grandes Lagos e os pescadores empilhavam-nos na costa como se fossem pedaços de lenha. As populações foram drasticamente reduzidas pela perda de habitat, pela poluição e… pela popularidade do caviar.