




A luz artificial acrescenta fascínio ao ambiente natural.
Texto: Daniel Stone
Fotografias: Reuben Wu
As paisagens impressionantes da Terra podem tirar o fôlego, mas, para Reuben Wu, isso não era suficiente. Este fotógrafo, artista visual e produtor musical, achou que faltava algo aos majestosos glaciares, montanhas e praias do planeta.
Mais especificamente: faltava luz não-natural. A ideia nasceu de um erro. Certa noite, junto do vale da Morte, na Califórnia, Reuben montou uma máquina fotográfica para captar uma sequência em timelapse do cenário escuro que tinha diante de si. Uma carrinha de caixa aberta passou por perto e banhou a cena com a luz dos faróis. Inicialmente, “fiquei aborrecido”, conta Reuben. “Quando vi as imagens, porém, fiquei fascinado. Eis a luz artificial num ambiente natural.”
A justaposição deu origem ao seu desejo de tentar acrescentar luz a outras cenas nas quais ela não penetra: lagos, desfiladeiros ou altos pilares rochosos do deserto. Comandou drones equipados com projectores, fazendo-os voar à frente das máquinas fotográficas e captando exposições longas de 30 segundos. Criou também composições com as imagens e, em algumas, retocou a versão final para remover o drone, deixando apenas a luz que este projectava.
O resultado foram paisagens sobrenaturais, enigmas visuais que desafiam o observador a descobrir como tais cenas foram criadas.
Reuben Wu fotografa sobretudo nos Estados Unidos, onde vive. No entanto, com espírito de exploração, qualquer paisagem da Terra é candidata a este tipo de registo. Qualquer cena, em qualquer lugar, pode ser captada de uma forma artificial.
Reuben Wu pretende que a sua série intrigue o leitor, levando-o a debater as fronteiras da arte fotográfica. Segundo ele, a desorientação abre a mente a outras formas de análise.