CULTURA DOS CETÁCEOS. Todos os verões, cerca de duas mil belugas brincam perto da ilha Somerset, no Árctico Canadiano, amamentando as crias, tagarelando por meio de guinchos e assobios e nadando em clãs de companheiros e familiares que vão mudando. Os cientistas suspeitam que muitas espécies de cetáceos partilham tradições culturais à semelhança do que acontece entre os seres humanos.
Estamos a descobrir que alguns grupos de baleias e golfinhos possuem dialectos, regimes alimentares e rotinas próprios. Constituem diferenças culturais que, antigamente, se pensava serem exclusivas dos seres humanos.
Texto: Craig Welch
Fotografias: Brian Skerry
John Ford queria perceber o mundo do ponto de vista dos cetáceos. Num dia de Verão, em 1978, um grupo de orcas avançou velozmente na direcção de uma praia de seixos da ilha de Vancouver, na Colúmbia Britânica. O jovem biólogo estava à espera, de fato e máscara de mergulho. John pôs a máscara de mergulho e deslizou, mar adentro. Em águas com pouco mais de três metros de profundidade, as criaturas abrandaram e rolaram sobre si, pondo-se de lado. De corpo parcialmente submerso, agitando as barbatanas da ponta da cauda, as orcas começaram a rodopiar e a oscilar. À vez, esfregavam o flanco e o ventre sobre os calhaus, tal como os ursos-pardos se coçam contra os pinheiros.
















Há mais de 40 anos que John Ford, hoje com 66 anos, estuda as orcas, os maiores dos golfinhos, pertencentes ao ramo da ordem dos Cetáceos conhecido como odontocetos. Desde essa primeira observação subaquática, já presenciou este conhecido fenómeno inúmeras vezes. Não sabe ao certo por que razão estes animais o fazem, mas conjectura que se trata de uma forma de socialização. No entanto, há uma grande dúvida que o tem roído ao longo de grande parte da sua carreira: como é possível que estas orcas o façam, mas não as suas vizinhas, quase idênticas, que vivem imediatamente a sul?
Trata-se de uma rotina para esta população, conhecida pelos investigadores como os “residentes do Norte”, porque percorrem os mares interiores, situados entre o continente canadiano e a ilha de Vancouver, durante o Verão e o Outono. No entanto, as suas vizinhas meridionais não o fazem. As orcas que habitam a zona fronteiriça com o estado de Washington, onde vivo, nunca foram observadas a praticar este ritual.
As orcas do estado de Washington, as “residentes do Sul”, têm as suas próprias convenções. Realizam “cerimónias de saudação”, confrontando-se em fileiras cerradas, antes de explodirem em festejos subaquáticos, esfregando-se e chamando umas pelas outras. Isto raramente acontece no Norte. Há anos em que as “residentes do Sul” empurram salmões mortos de um lado para o outro com a cabeça. As do Norte não: de vez em quando, dão cabeçadas umas nas outras, marrando como se fossem carneiros. “Limitam-se a nadar na direcção umas das outras e a chocar de cabeça”, diz John Ford.
BANQUETE OPULENTO. Uma orca persegue arenques num fiorde norueguês. Cada grupo de orcas (que fazem parte da família dos delfinídeos) tem hábitos alimentares diferentes. Alguns encurralam peixes de cardumes. Outros caçam tubarões ou focas, enquanto outros banqueteiam-se exclusivamente com salmões. Estes hábitos são, em parte, culturais: constituem comportamentos adquiridos e transmitidos de geração em geração.
As duas populações nem sequer se exprimem com o mesmo vocabulário. As “residentes do Norte” emitem guinchos prolongados, agudos e metálicos, que soam como ar a escapar de um balão. As “residentes do Sul” acrescentam urros e grasnidos. Aos ouvidos experimentados de John Ford, os timbres e as entoações soam tão diferentes como mandarim e suaíli.
Contudo, em todos os outros aspectos, os dois grupos são indistinguíveis. Durante meses a fio, ocupam águas adjacentes. Os seus territórios sobrepõem-se. Embora existam muitas variedades de orcas em todo o planeta, as do Norte e do Sul apresentam características genéticas quase idênticas. Do Pacífico Setentrional aos mares em redor da Antárctida, as orcas também têm regimes alimentares diferentes. Algumas alimentam-se de tubarões, de botos, de pinguins ou de jamantas. Na Patagónia, investem contra as orlas costeiras rochosas e arrancam crias de foca das praias. Em contrapartida, os dois grupos estudados por John Ford são ambos piscívoros, alimentando-se quase exclusivamente de uma única espécie: o salmão-rei.
Como é possível que dois grupos essencialmente oriundos do mesmo lugar sejam geneticamente semelhantes e, contudo, se exprimam e ajam de maneira tão diferente? Durante muitos anos, John e um punhado de colegas atreviam-se somente a murmurar o que este paradoxo implicava. Seria possível que estes complexos seres sociais não fossem movidos apenas pelo ímpeto hereditário do instinto genético? Estariam as orcas a transmitir características únicas influenciadas por algo mais além do seu ambiente ou DNA? Poderiam os cetáceos desenvolver culturas próprias?
Este conceito parecia blasfemo. Há muito que os antropólogos determinaram que a cultura – a capacidade para acumular e transferir conhecimento em termos sociais – era um exclusivo estritamente humano. Mas os investigadores já tinham descrito a maneira como as aves canoras aprendiam dialectos e os transmitiam de geração em geração. John Ford acabou por sugerir que os grupos de orcas podiam fazer o mesmo.
Certo dia, ouviu falar das conclusões de biólogos que estudavam uma criatura que vivia a um mundo de distância: o cachalote. Esses cientistas reuniam então provas para defender a teoria de que algumas espécies de cetáceos agem e comunicam de forma diferente, dependendo de como foram criadas.
Agora, muitos cientistas acreditam que, à semelhança dos humanos, algumas baleias e golfinhos possuem culturas distintas. Esta possibilidade suscita novas reflexões sobre a forma como algumas espécies marinhas evoluem. As tradições culturais talvez contribuam para gerar alterações genéticas, mudando aquilo que significa ser um cetáceo, mas esta noção também está a remodelar a nossa maneira de ver aquilo que nos separa destas criaturas aquáticas. A cultura dos cetáceos, segundo parece, está a questionar concepções muito antigas de nós próprios.
Os seres humanos são uma espécie narcisista. Ao longo da história, temos hesitado entre olharmos para os animais a partir da perspectiva do nosso próprio comportamento ou recusar-nos a aceitar que partilhamos quaisquer semelhanças. Isto aplica-se em especial aos cetáceos. Eles são frequentemente considerados ora quase humanos, ora absolutamente nada parecidos connosco. Ou os antropomorfizamos ou insistimos na nossa singularidade. Como é evidente, nenhuma das perspectivas está completamente correcta.
Os cetáceos vivem num lugar estranho, que só agora começamos a compreender. Dificilmente conseguimos imaginar um lar tão diferente do nosso. As profundezas oceânicas são um universo que observámos menos do que a superfície da Lua. Há lá montanhas e rios, mas poucas fronteiras. A vida atravessa um plano vertical.
SECRETS OF THE WHALES: O LIVRO. Brian Skerry viajou do Árctico ao Pacífico Sul para captar imagens tão espectaculares como íntimas de várias espécies de cetáceos, que revelam a complexidade da sua vida e dos seus grupos. Está disponível para encomendas online desde o início de Abril.
A escuridão é tão profunda que a visão tem pouca utilidade. Criam-se relacionamentos inteiros apenas com base no som.
Contudo, enquanto gastamos milhares de milhões de euros a perscrutar o céu em busca de vida extraterrestre, os mistérios que vamos desvendando sob as ondas revelam-nos que existem aqui seres estranhos que são mais parecidos connosco do que pensávamos. As alianças entre cetáceos, a complexidade das suas conversas e a maneira como cuidam dos seus jovens parecem-nos intrigantemente familiares.
Alguns chegam mesmo a fazer abertamente o seu luto. Em 2018, uma orca residente no Sul, chamada Tahlequah, andou a empurrar com o focinho o cadáver do seu recém-nascido, morto pouco depois de nascer, durante 17 dias.
“Durante longos anos, os cientistas evitaram veementemente termos como ‘feliz’, ‘triste, ‘brincalhão’ ou ‘zangado’ para descrever o comportamento animal”, escreve Joe Gaydos, supervisor de um programa universitário no estado de Washington para proteger a vida marinha através da ciência e da formação. No entanto, Joe e muitos biólogos crêem que o comportamento de Tahlequah foi uma manifestação do seu sofrimento.
Vivo a seis quilómetros do estreito de Puget, onde três grupos de orcas “residentes do Sul” passam parte do ano a sulcar as águas, em formação cerrada. Quando as suas barbatanas dorsais se erguem acima da linha de água, perto da costa, as multidões acorrem de câmaras em punho, na esperança de captarem um salto memorável ou uma acrobacia. Que segredos poderão guardar? Seríamos capazes de viver melhor com elas se as conhecêssemos?
Há muito que os cientistas perceberam que muitas acções desenvolvidas pelos cetáceos são necessariamente aprendidas com outros animais da sua idade ou mais velhos. É um comportamento adquirido e nada tem de escandaloso. Já Aristóteles sabia que os animais aprendem uns com os outros. As aves canoras criadas longe das suas famílias “cantam com uma voz diferente da dos seus progenitores”, escreveu. Charles Darwin observou que as armadilhas para capturar animais acabam por ter de ser mudadas de sítio porque as criaturas selvagens “imitam as cautelas umas das outras”.
Enquanto os genes determinam o formato e a função do corpo de uma criatura, codificando instruções para características e comportamentos essenciais, a aprendizagem social é sabedoria transmitida e o desenvolvimento de ligações neuronais que permitem aos animais aprender com o conhecimento daqueles que os rodeiam. Os cientistas concordam que a cultura exige que os comportamentos sejam socialmente adquiridos e amplamente partilhados – e que persistam. Quando certos grupos de animais transmitem comportamentos adquiridos, conseguem desenvolver conjuntos de hábitos totalmente diferentes de outros grupos da sua espécie. Por exemplo, a capacidade para atirar um objecto é genética. Mas atirar uma bola numa trajectória curva exige aprendizagem social e a capacidade de jogar basebol em vez de críquete é cultural.
É perigoso, porém, confundir cultura com inteligência. Nem todos os cientistas estão dispostos a aceitar que a inteligência seja um ingrediente essencial da cultura. A aprendizagem social é transversal a amplos segmentos do reino animal, não abrangendo apenas os seres que consideramos “espertos” – os cetáceos, os primatas, os corvídeos, os elefantes. Os zângãos podem escolher flores, baseando-se no comportamento de abelhas experientes. Os mangustos aprendem com os irmãos e primos a quebrar ovos ou a esmagar escaravelhos. Naturalmente, a esperteza ajuda. E há muito que a capacidade dos cetáceos para aprender arrebatou a nossa imaginação. Ao longo de décadas, fomos enchendo parques aquáticos, aplaudindo orcas, belugas ou golfinhos-roazes que cantam ou saltam entre argolas em piscinas gigantes. Estas débeis tentativas de restringir e explorar as suas capacidades são uma ínfima fracção dos seus talentos. Em 1972, um cientista que estudava uma cria de roaz chamada Dolly expeliu fumo de cigarro contra a janela da sua piscina durante um intervalo. “O observador ficou atónito quando o animal nadou imediatamente na direcção da sua mãe e, ao regressar, expeliu da boca um jorro de leite que lhe envolveu a cabeça, gerando um efeito muito semelhante ao do fumo do cigarro”, escreveram os investigadores dessa altura.
LEITE MATERNO. Esta é uma das primeiras imagens de um cachalote a mamar. Os cientistas interrogavam-se sobre como as mães amamentavam as crias, tendo estas mandíbulas tão compridas. As fêmeas possuem fendas que contêm mamilos ocultos. Quando uma cria tem fome, introduz a sua mandíbula na fenda e o leite é libertado, permitindo-lhe alimentar-se.
Em alguns cetáceos, a inteligência pode até ser uma resposta evolucionária à cultura, uma vez que os animais sociais disseminam de forma generalizada a sabedoria aprendida. Para que possa existir cultura, os indivíduos têm de inventar novas maneiras de agir que sejam partilhadas pelos seus pares. E os cetáceos podem ser inovadores astutos. Em finais da década de 1990, ao largo do Alasca, um punhado de cachalotes esfomeados descobriu novas formas de comer, roubando o peixe-carvão do Pacífico das linhas dos palangreiros de pesca comercial. Utilizando câmaras subaquáticas, os cientistas gravaram um deles a puxar delicadamente uma linha com a mandíbula maciça, criando tensão, e depois deslizando a boca pela linha acima até as vibrações fazerem saltar um peixe. Esta prática, anteriormente rara, rapidamente se difundiu.
Em 1980, uma baleia-de-bossa foi vista a caçar com uma nova estratégia no golfo do Maine. Antes de soprar bolhas em redor de cardumes de enguias para as desorientar, a baleia batia na superfície com a barbatana caudal. A pancada com a cauda era novidade. Não se sabe bem como ajuda, mas em 2013 os cientistas contabilizaram pelo menos 278 baleias que caçavam desta maneira.
Durante muitos anos, os cientistas pensaram que os animais seriam incapazes de uma partilha intergeracional sustentada. Essa ideia começou a mudar em 1953. Nesse ano, um jovem macaco, Imo, foi avistado na ilha de Koshima, no Japão, a lavar uma batata-doce num riacho. Antes disso, os macacos da ilha limitavam-se a limpar a comida, removendo a terra. Pouco mais tarde, os cientistas já documentavam dezenas de macacos a lavarem os alimentos em vez de os limparem. Muito depois de Imo morrer, os macacos ainda transportavam as batatas até à costa para as lavarem no mar.
Em 1999, Andrew Whiten, especialista em ciência cognitiva da Universidade de Saint Andrews, publicou um artigo histórico em colaboração com primatologistas, incluindo Jane Goodall. O grupo observou que dezenas de tradições dos chimpanzés – catar-se, dançar à chuva (pavoneando-se aos primeiros sinais de precipitação), quebrar nozes com martelos, introduzir paus em ninhos de térmitas para capturá-las – existiam em algumas comunidades destes animais, mas não noutras. “Quem observar um chimpanzé durante tempo suficiente, prestando atenção a estes comportamentos, facilmente poderá identificar a proveniência desse chimpanzé”, comenta Andrew. Da mesma forma que identificamos, frequentemente, a cultura humana através da observação do comportamento de um ou mais seres humanos.
Nem todos se mostram convencidos. Segundo vários investigadores, alguns destes comportamentos poderão ter sido suscitados por variáveis genéticas ou ambientais. Nem todos os chimpanzés pertenciam à mesma subespécie. O seu lugar de origem variava entre a Guiné e o Uganda, separados por 4.500 quilómetros, uma distância suficiente, como alguns sugerem, para que as actividades dos primatas fossem influenciadas por diferenças ecológicas.
No entanto, começava a enraizar-se uma nova forma de interpretar o comportamento e a cultura de grupo dos animais selvagens, menos centrada nos seres humanos. E à medida que Andrew Whiten e outros autores, aprofundavam o trabalho inicial, os cépticos tinham cada vez mais dificuldade em desmenti-los, sobretudo quando se trata de criaturas maiores do que autocarros urbanos que se servem do som para descobrir presas um quilómetro abaixo da superfície do mar.
"Aqui mesmo!”, grita Shane Gero. Depois, começa a contar. Oito cachalotes emergem a bombordo, parcialmente submersos na água azul-cobalto do mar das Caraíbas. São cinzentos metalizados e tão lisos e cilíndricos como a fuselagem de um avião. Estão a fazer uma pausa para respirar. Emergiram à superfície apenas para as suas enormes cabeças quadradas inspirarem profundamente oxigénio. Daqui a pouco, voltarão a submergir e usarão parte desse ar para conversarem.
Navegamos a bordo do Balaena, um veleiro de 12 metros, baloiçando ao largo da Dominica, um Estado insular das Pequenas Antilhas. Os picos encharcados de chuva deste minúsculo país, agora envoltos em neblina, são parte da razão para aqui estarmos. Essas pequenas montanhas verdes travam os ventos fortes e acalmam as águas profundas a sotavento, criando condições ideais para o estudo dos cachalotes. Atravessando o convés de um lado para o outro, de calções de banho e pés descalços, Shane já deve ter estudado de perto mais famílias de cachalotes do que qualquer outro ser humano.
Desde 2005 que este professor auxiliar da universidade dinamarquesa de Aarhus e das universidades canadianas de Carleton e Dalhousie viaja até este remoinho de sargaços e espuma para estudar estes leviatãs. Em vez de encontrar uma “encarnação obsessiva” de “impulsos destrutivos”, como Herman Melville descreveu o cachalote em “Moby Dick”, Shane vê animais pacíficos e brincalhões. Consegue identificar dezenas deles à vista desarmada. Ali está Abre-Latas, que brinca com os investigadores e se aproxima do seu navio antes de se virar de lado para fitar a equipa humana nos olhos. Lá está também Dedo, que quase morreu depois de se enredar em redes de pesca que lhe prenderam a cauda e quase lha amputaram, ao mesmo tempo que a impediam de mergulhar para se alimentar. Aquele, com a barbatana caudal serrilhada, chama-se Faca. Outro, com um corte arredondado na barbatana, é Colher.
Os cachalotes que Shane conhece são “especialistas em ilhas” locais, diz. Segue-os enquanto se deslocam, através de desfiladeiros subaquáticos, entre as ilhas de Guadalupe e Martinica. Tem-nos monitorizado a dormir, a dar à luz, a amamentar, a dar os primeiros mergulhos, a brincar com os primos e a morrer. Gravou-as a mergulhar a maior profundidade do que grande parte dos submarinos viajam. Conhece as suas vidas tão intimamente que os seus filhos, em casa, sabem os nomes deles de cor.
Hoje, porém, após mais de uma semana no mar, Shane acordou e apercebeu-se de que os cetáceos locais tinham desaparecido, sendo substituídos por oito forasteiros. Nunca vira o biólogo tão entusiasmado. Ordena aos alunos para porem dentro de água gravadores subaquáticos, os hidrofones. Manda-os preparar as máquinas fotográficas para captarem as barbatanas caudais que, tal como as impressões digitais, permitem identificar individualmente os animais no momento em que mergulham.
Estes novos cachalotes são animais que ele mal conhece, vagabundos itinerantes que pertencem a uma segunda comunidade. De vez em quando, partilham o espaço com os animais habituais, mas nunca interagem com eles. Para mim, são elegantes e magníficos, mas pouco diferentes dos cachalotes locais que avistámos ontem. Para Shane Gero, constituem a prova indesmentível de que a Dominica é o lar de tradições paralelas de cetáceos – duas culturas tão diferentes entre si como os agricultores e os caçadores-recolectores nómadas.
As raízes deste conhecimento encontram-se no homem que está ao leme do nosso veleiro, o mentor de Shane Gero, Hal Whitehead. Com a aba do chapéu erguida na vertical pelo vento, este docente da Universidade Dalhousie mantém o rumo enquanto espreita os nossos visitantes pelo canto do olho. Os cachalotes deslocam-se em grupos sociais que duram a vida inteira, compostos por cerca de uma dezena de animais e liderados por fêmeas (os machos são afastados do grupo no início da adolescência). Nas décadas de 1980 e 1990, Hal seguiu o rasto de alguns destes grupos sociais através das Galápagos, usando-os parcialmente como desculpa para viver no mar. Então, “fiquei mesmo interessado neles”, conta. Ele e Luke Rendell, investigador da Universidade de Saint Andrews, começaram a desenredar o novelo dos seus mistérios culturais, documentando padrões da tagarelice dos cachalotes.
Os cachalotes servem-se do maior cérebro do planeta para operarem o maior sistema de sonar da natureza. Expelem ar comprimido através do nariz, criando sons de cliques. Ligam estes cliques uns aos outros em cadeias ritmadas, parecidas com código morse. Cada cadeia dura meros segundos, se tanto. Algumas têm três cliques e outras podem ter uma dezena ou mais. Ao longo de várias décadas, Hal Whitehead gravou milhares de cliques.
Não tinha qualquer ideia sobre o que diziam, mas um dia, no seu laboratório na Nova Escócia, Hal concebeu uma tabela onde resumiu os dados das gravações de todos estes grupos. Reparou numa tendência: cerca de metade formavam um repertório comum de chamamentos. As suas cadeias apresentavam padrões comuns. Outras unidades utilizavam arranjos diferentes. “Fiquei estupefacto”, recorda. Correu escada acima, em direcção ao gabinete de Luke. Estes pequenos grupos faziam parte de algo maior: clãs de baleias, compostos por centenas ou milhares de animais. E cada clã exprimia-se num dialecto próprio.
Por que razão estes animais, muitos dos quais nunca se haviam conhecido, possuíam chamamentos comuns partilhados? É uma alcunha de grupo, teorizaram os dois homens, uma maneira de dizer: “Sou um dos vossos!” Eles sabiam que os grupos pequenos passavam tempo com outros do seu clã, mas nunca com estranhos. E no negro impenetrável do mar, o som era a sua maneira de identificarem quem andava por perto.
Hal Whitehead suspeitou que as cadeias de cliques fossem semelhantes aos marcadores humanos da identidade cultural. Usa com frequência uma analogia: pensemos nos objectos usados pelos adeptos de futebol da Premier League inglesa. “Os adeptos do Manchester United desfilam com um cachecol vermelho, enquanto os do Manchester City usam um cachecol azul”, explica, enquanto o crepúsculo cai sobre as Caraíbas. Eles não se conhecem todos uns aos outros e não convivem. Contudo, os adeptos encaminham-se para os pubs para assistirem aos jogos juntos. “Isto sugere que existe algo nível superior que é verdadeiramente importante para os cachalotes”, conclui.
Com o tempo, Hal, Luke e outros também documentaram que, nas Galápagos, os cachalotes de dois clãs diferentes tinham hábitos surpreendentemente distintos. Num dos clãs, nadavam mar fora em formações serpenteantes, enquanto no outro progrediam em linhas rectas. Um clã mantinha-se perto de terra, o outro afastava-se mais da costa. Durante os episódios de El Niño, quando as águas aqueciam, os cachalotes dos dois clãs tinham de se esforçar para obter alimento suficiente, mas um dos clãs tinha mais dificuldades do que o outro.
Para os cetáceos, parece que “existe uma fronteira entre nós, que aprendemos uns com os outros e nos leva a agir de uma certa maneira”, explica Shane Gero. “Aqueles que não aprendem connosco agem de maneira diferente.”
A simples noção de que os cetáceos têm culturas ou que se dividem em grupos culturais à semelhança dos seres humanos era polémica quando Hal Whitehead e Luke Rendell a apresentaram em 2001. “É uma tristeza ver um material empírico tão rico sobre criaturas tão maravilhosas mobilizado em defesa de uma agenda teórica tão empobrecida”, desdenhou um antropólogo britânico.
Vinte anos mais tarde, ainda subsiste algum cepticismo. “Nunca afirmaria que os cachalotes ou as orcas não possuem cultura, mas diria que as provas da existência de cultura são mais fortes em muitas outras espécies de animais”, como as baleias-de-bossa ou as aves canoras, diz o cientista Peter Tyack, que estuda a comunicação dos cetáceos. A genética, o desenvolvimento animal e o ambiente podem funcionar de formas complexas, dificultando o apuramento de ligações definitivas entre comportamento e cultura. “É essencial que os cientistas sejam sinceros e humildes quanto a reconhecerem o pouco que sabemos sobre as culturas de qualquer espécie animal.”
DIZ O MEU NOME. As fêmeas de beluga e as suas crias afluem às águas ligeiramente mais quentes da foz do rio Cunningham, no Árctico Canadiano, como se esta fosse uma maternidade para cetáceos. Em várias ocasiões em que ficaram temporariamente retidas em charcos fluviais pela maré vazante, a cientista Valeria Vergara gravou múltiplas belugas vocalizando em simultâneo. Ela suspeita agora que sejam chamamentos individuais, como nomes, o que sugere que os cetáceos difundem as suas identidades.
No entanto, um número cada vez maior de especialistas em cetáceos vai aderindo ao ponto de vista de Hal Whitehead, defende a investigadora Sarah Mesnick. “Está a conquistar adeptos porque há cada vez mais pessoas a observá-lo”, afirma. Shane Gero, por exemplo, encontrou divisões semelhantes entre clãs de cachalotes num mar totalmente diferente do estudado pelo seu mentor: as Caraíbas. E a capacidade de Shane para analisar em profundidade a vida dos cachalotes a título individual reforçou a posição de Hal.
Certa tarde avistamos uma fêmea de cachalote chamada Rondas. Flutua à superfície na companhia de duas crias, uma das quais é sua. As crias não mergulham em profundidade em busca de lulas e, por isso, há um adulto que permanece em cima, enquanto o grupo caça.
Cada grupo faz isto de maneira diferente. Em alguns grupos, as crias são vigiadas por baleias não-aparentadas, mas só mamam leite materno. No grupo de Rondas, as progenitoras e as avós partilham os deveres de vigilância e amamentação, mas só das crias da sua linhagem. Noutro grupo, uma fêmea desempenha o papel de ama-de-leite de duas crias em simultâneo, embora nenhuma seja sua.
Shane também descobriu que pequenos grupos dentro dos clãs parecem emitir cadeias de cliques específicas da família, quase como se fossem apelidos, enquanto os indivíduos comunicam através de padrões de cliques com subtis variações de assinatura, como se fossem primeiros nomes. Reconhecendo apenas os cliques, Shane consegue determinar, em 80% dos casos, qual o cachalote de um grupo que está a vocalizar. É “bem melhor do que a identificação aleatória”, diz.
Shane chegou mesmo a gravar crias a fazerem cliques aleatórios, antes de reduzirem o seu repertório. Estavam a adaptar-se ao dialecto do clã, tal como as crianças balbuciam antes de dizerem “mamã”. Estavam a adquirir normas culturais mesmo à sua frente, em tempo real.
De regresso a casa, certa tarde, sento-me para aprender, por mim próprio, alguma cultura dos cetáceos. Ponho os auscultadores e abro um ficheiro do computador. Aquilo que oiço a seguir é profundo e gutural, semelhante ao ronco grave de um saxofone-baixo mergulhado dentro de água. O lamento borbulhante começa a subir até se transformar num guincho aéreo e abruptamente silenciado, como uma criança a soprar num búzio. Pouco depois, o som muda por completo, tornando-se escuro e melódico e, em seguida, etéreo e ténue. Oiço aquilo que parece ser um limpador de janelas a chiar contra um vidro. Uma nota aguda termina com um chilreio que faz lembrar o gritinho que se escapa de um cachorro a bocejar. Um coaxar grave desdobra-se como um arroto lento e prolongado.
Esta é a canção de uma baleia-de-bossa macho. Foi-me enviada por Ellen Garland, uma colega de Luke Rendell na Universidade de Saint Andrews. Há um punhado de anos, uma melodia muito semelhante a esta atravessou o Pacífico Sul, desencadeando uma completa revolução cultural.
Os machos de baleia-de-bossa imitam as canções uns dos outros. E os machos de baleia-de-bossa adoram ritmos novos. Tal como fãs da cultura pop, andam sempre à procura de um som novo, desejosos de encontrar uma nova melodia. A rapidez com que aprendem novos arranjos sonoros “é assombrosa”, conta Ellen certa manhã, quando lhe telefono para o Reino Unido. O alcance geográfico de uma canção é também assombroso. Uma canção pode espalhar-se por uma bacia hidrográfica.
Canções decifradas por humanos
Os cetáceos servem-se de um amplo espectro de sons para comunicarem, mas só cinco espécies são conhecidas por cantarem e as baleias-de-bossa não têm rival como mestres da música dos mares. Quando ainda são juvenis, os machos de baleia-de-bossa começam a aprender canções em excertos e segmentos, escutando os pares numa forma de aprendizagem social. Assim que dominam uma canção, esta muda ligeiramente, acabando por ser completamente transformada à medida que a população vai recompondo as melodias, ao longo de dias, semanas e anos. As canções têm uma estrutura complexa, semelhante à repetição e rimas da poesia, e todos os machos da mesma bacia oceânica entoam a mesma melodia até esta ser novamente alterada.
Esta canção, gravada e transposta para música humana pelo compositor David Rothenberg, foi projectada para uma baleia-de-bossa que cantou repetidamente a canção ao largo da costa de Maui, no Hawai. Clique na imagem para ver detalhes.
Alberto Lucas López. Mesa Schumacher. Canção Gravada e transcrita por David Rothenberg. Fontes: Olivier Adam, Universidade da Sorbonne; Michael Noad, Universidade de Queensland; John Ryan, Instituto de Investigação do Aquário da Baía de Monterey; Outi M. Tervo e outros, Plos One, Dezembro de 2012.
Os cientistas estudam as vocalizações das baleias-de-bossa pelo menos desde a década de 1960. Um dia, o biólogo Roger Payne rebocou um hidrofone na esteira de um veleiro, pela calada da noite, ao largo das Bermudas, captando gemidos fantasmagóricos e reverberantes. As baleias-de-bossa soam como trombetas, parecem ladrar e gemer, emitem sons que fazem lembrar gatos a miar. Porém, na sua estrutura de base, as sofisticadas sinfonias das baleias-de-bossa podem ser arrepiantemente parecidas com as nossas.
As canções das baleias-de-bossa utilizam rimas e ritmos, fraseados e melodias. Há temas seguidos de variações e regressos a esses temas originais. Há 50 milhões de anos que as baleias vivem no planeta. Até há poucas décadas, havia escassas possibilidades de os seres humanos e as baleias-de-bossa terem escutado as melodias uns dos outros. “E, no entanto, as baleias utilizam nas suas canções muitas das mesmas regras de composição que nós utilizamos nas nossas”, escreveu Roger Payne no seu livro “Among Whales”. Uma única canção de baleia pode durar meia hora. Uma única baleia pode cantar durante uma tarde inteira.
Ellen Garland aprofundou o seu conhecimento sobre baleias através do céu. No âmbito de um projecto universitário na Nova Zelândia, de onde é originária, classificara as vocalizações do tordo-comum, descobrindo o seu talento para a catalogação acústica. Anos mais tarde, aplicou as suas capacidadas de audição às baleias.
As canções da baleia-de-bossa fazem parte dos rituais de acasalamento. Durante muito tempo, os investigadores partiram do princípio de que todas as baleias-de-bossa em determinada região partilhavam a mesma canção em cada ano. “Não foi isso que encontrámos”, afirmou Ellen. Recorrendo a espectrogramas que transformam as frequências sonoras em imagens, revelando a amplitude e os padrões das canções das baleias, ela analisou muitos anos de melodias de baleias no Pacífico Sul. Passou em revista canções das baleias-de-bossa da Polinésia Francesa e, depois, concentrou-se nas canções provenientes da Austrália, a 6.000 quilómetros de distância.
Descobriu uma faceta curiosa. As canções pareciam ter origem na Austrália. Depois, evoluíam quando as baleias começavam a modificá-las. À semelhança dos compositores, elas acrescentavam-lhes soluços, assobios ou versos novos. Então, tal como uma canção pop que se torna, repentinamente, um êxito e arrebata um hemisfério inteiro, uma canção nova passava de baleia em baleia, atravessando milhares de quilómetros, deslocando-se da Nova Caledónia para Tonga e aparecendo nas ilhas Cook um ano mais tarde.
A melodia que aparecera na Polinésia Francesa era semelhante à canção que surgira pela primeira vez na Austrália. Apesar de arranjos menores surgidos ao longo do percurso, a versão final não era muito diferente da interpretação acústica de um sucesso original. No entanto, ninguém conseguia reconhecê-la na canção que viera substituir. Esta nova produção era tão diferente da sua antecessora “como os Rolling Stones de Justin Bieber”, brinca Ellen.
Ellen Garland ficou embasbacada. Ela suspeita que as baleias reagem à novidade da canção. Da mesma forma que os hipsters procuram novas bandas independentes, os machos das baleias parecem pegar em novas melodias para se diferenciarem da multidão. Por fim, contudo, todos os machos acabarão por abandonar a sua canção, trocando-a pela novidade.
Esse tipo de progressão era antes inesperado. Trata-se de um raro momento em que ocorre uma mudança rápida e transformadora no reino animal, uma autêntica revolução cultural. As aves que se transferem para outro bando tendem a imitar as vocalizações dos seus anfitriões, afirma Ellen Garland. No entanto, quando uma baleia entra na noite de microfone aberto e entoa uma canção nova e vibrante, os locais deixam cair a sua velha balada e passam a cantar a nova.
Ellen Garland sugere uma analogia: imaginem que se mudam para um país vizinho, onde todos os transeuntes que encontram trocam o seu hino nacional pelo vosso.
“É incrivelmente estranho”, diz.
A grande questão que se levanta agora é se algumas destas comunidades de cetáceos conseguirão sobreviver durante tempo suficiente para que consigamos compreender as suas culturas. Poucas pessoas sabem isto melhor do que John Ford, o biólogo canadiano especialista em orcas.
Quando lhe falo em resiliência, John conta uma história. As orcas deslocam-se em grupos familiares matrilineares durante toda a vida e aprendem como comer e o que comer observando os membros da sua família. Em 1970, quando as orcas selvagens da região ainda eram capturadas para os parques marinhos, os captores encaminharam cinco orcas até uma enseada da Colúmbia Britânica. Duas foram levadas para um parque marinho. As outras três recusaram-se a comer os salmões oferecidos pelos tratadores. Uma acabou por morrer. As sobreviventes só começaram a comer peixe 79 dias mais tarde. Foram “apanhadas nesta rotina comportamental”, conta. Os tratadores não sabiam que, no Noroeste, as orcas representam três regimes alimentares diferentes: as residentes do Sul e do Norte, devoradoras de salmões; as costeiras, devoradoras de tubarões; e as orcas de Bigg, que se alimentam exclusivamente de mamíferos marinhos.
Ao contrário de outros cetáceos, cuja cultura lhes proporciona flexibilidade, estas orcas não querem ou não conseguem mudar de alimentação mesmo que não existam alternativas à semelhança do que sucedeu quando o explorador norueguês Roald Amundsen venceu o britânico Robert Falcon Scott na corrida ao Pólo Sul, comendo os cães que puxavam os trenós, acto que Scott se recusou a fazer. “É um mero exemplo de como estas culturas se encontram profundamente enraizadas”, diz John Ford.
Foi em parte por essa razão que, em 2019, um grupo com mais de duas dezenas de cientistas, incluindo John Ford, Ellen Garland, Luke Whiten e Hal Whitehead, lançou um apelo para grandes mudanças na conservação global. Na revista “Science”, sublinharam que era urgente o mundo incorporar a cultura nas decisões sobre gestão dos animais selvagens. A Convenção sobre Espécies Migratórias já está a elaborar um plano para que os países sul-americanos protejam os cachalotes no Pacífico Oriental, centrando-se nas necessidades específicas de cada clã.
Infelizmente, há outra cultura a interpor-se no caminho: a nossa. Os Estados Unidos e o Canadá já tratam os cetáceos piscívoros do Sul e do Norte como populações distintas, apesar das suas semelhanças genéticas e proximidade. As orcas do Norte, que esfregam as barrigas e batem com as cabeças, não são iguais às dos grupos altamente acrobáticos que, por vezes, surgem ao largo de Seattle. Reconhecemos que os oceanos – e os seres humanos – precisam de ambas.
No entanto, cada uma enfrenta destinos radicalmente diferentes. O número de orcas no Norte, mais rural, tem aumentado vertiginosamente desde a década de 1970. As orcas do Sul, porém, encontram-se criticamente ameaçadas.
Dizimadas pelas capturas efectuadas pelos parques marinhos na década de 1960 e no início da década de 1970, as “residentes do Sul” debatem-se hoje com o ruído provocado pelo tráfego marítimo. A construção imobiliária amontoou-se nas orlas costeiras, despejando sedimentos na água e trazendo poluição. Substâncias químicas tóxicas, como os bifenilos policlorados (PCB), acumularam-se na sua massa gorda. Tudo isto foi altamente agravado pela escassez de alimento, pela diminuição das populações de salmão-rei causada por longos anos de pescarias, construção de barragens, mais construção imobiliária e alterações climáticas.
Estes seres estranhos e sofisticados estão, literalmente, a desaparecer à nossa vista, um pouco como o império pré-inca de Tiahuanaco, que não deixou quaisquer registos escritos sobre o seu colapso, no século XII. Não sabemos o que poderá desaparecer com eles. Não somos capazes de explicar por que razão agem como agem ou por que razão agem de maneira tão diferente dos outros cetáceos. Mas, pelo menos, começamos a reconhecer que aquilo que está em jogo é rico e importante, de formas que ainda não conseguimos totalmente compreender.
COMO PODE AJUDAR
Planeta Possível
Leia sobre a nova iniciativa da National Geographic, orientada para soluções: natgeo.com/planet. Estas organizações sem fins lucrativos, que trabalham com cetáceos, são algumas das que temos vindo a apoiar ao longo dos anos:
Projecto dos Cachalotes de Dominica
Os investigadores deste projecto passaram milhares de horas a observar famílias de cachalotes no mar das Caraíbas para melhor compreenderem as suas culturas únicas. thespermwhaleproject.org
Whale Trust em Maui
Os cientistas do Trust estudam padrões de comportamento associados à reprodução e à comunicação, incluindo as canções das baleias-de-bossa, para desenvolverem melhores métodos de protecção. whaletrust.org
Fundação das Baleias do Alasca (AWF)
Fundada em 1996 para estudar as baleias-de-bossa no Sudeste do Alasca, a AWF desenvolve investigação sobre um grande leque de animais marinhos e ecossistemas costeiros na região. alaskawhalefoundation.org
Procurando esclarecer e proteger as maravilhas do nosso planeta, a National Geographic Society financia o trabalho de Brian Skerry desde 2014 para reforçar a consciência do público para os assuntos do mar. Ilustração: Joe Mckendry