As ilhas Galápagos perfazem cerca de 7.700 quilómetros quadrados de solo no oceano Pacífico. Algumas espécies animais nestas ilhas não se encontram em qualquer outro lugar. Isto significa que têm uma das menores taxas de distribuição geográfica do mundo.
As Galápagos são uma extensão de 13 grandes ilhas que existem tanto nos mitos como nos mapas, um paraíso repleto de tentilhões onde Darwin chegou em 1835 e fez observações que acabariam por revelar-lhe (e a nós) a maneira como a vida evolui na Terra. A sua Origem das Espécies viria a figurar em “quase todas as componentes do sistema de crenças do homem contemporâneo”, escreveu o especialista em biologia evolutiva Ernst Mayr.
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Este réptil de fisionomia peculiar é o único lagarto do mundo que adora água. Alimenta-se de algas que raspa da superfície de rochas ou que encontra em águas pouco profundas, junto da costa.
As maiores chegam a mergulhar no mar frio, por curtos períodos, para procurar alimento! O branco nas suas cabeças é sal, da água do mar, que estas iguanas espirram ao limparem as glândulas junto do nariz.
Estes caranguejos agarram-se a um rochedo banhado pela maré na produtiva zona intertidal da ilha Fernandina. Conhecidos em inglês como sally lightfoot devido à sua agilidade (deslocam-se velozmente para a frente, para trás e de lado), estes caranguejos têm uma dieta diversificada, mantendo a costa limpa de detritos orgânicos. Não se sabe como a subida do nível dos mares afectará estes omnívoros.
Pequenos grupos de leões-marinhos endémicos das Galápagos na costa oriental da ilha Isabela caçam atum-albacora, abundante no local, conduzindo os peixes até baías e atirando-os contra as rochas ou matando-os com uma dentada na cabeça.
Duas raias-pintadas nadam com elegância nas águas cristalinas da ilha Wolf, a norte do arquipélago das Galápagos.
A moreia-verde é um predador muito abundante na ilha de Wolf, o novo santuário marinho das Galápagos. As moreias alimentam-se de crustáceos, polvos e peixes, e não são agressivas para com os mergulhadores, apesar do seu aspecto feroz.
Um cavalo-marinho agarra-se a algas vermelhas junto de um baixio em Fernandina, a ilha mais jovem das Galápagos. Auxiliados pela sua camuflagem, os cavalos-marinhos aproximam-se de pequenos camarões e engolem-nos inteiros, uma vez que não possuem dentes.
Os tubarões-luzidios, as duas formas pálidas visíveis na imagem, são maiores do que os seres humanos, mas parecem anões comparados com um tubarão-baleia enquanto se esfregam nele para remover parasitas da sua pele. A ilha Darwin é um dos poucos locais onde os tubarões-baleia adultos, frequentemente fêmeas prenhes, aparecem sazonalmente com regularidade.
No Norte do arquipélago, a ilha de Darwin alberga a maior concentração de biomassa de tubarões do mundo; os tubarões-martelo formam cardumes com mais de trezentos indivíduos.
Eis uma ave que prefere nadar a voar.
Aliás, nem sequer consegue voar! Porquê? Sem predadores e com bastante alimento, ao longo do tempo, as suas asas ficaram menores e mais fracas, enquanto as suas patas tornaram-se mais fortes. Esta ave está restrita a duas ilhas do arquipélago das Galápagos.
Muitos pretendentes na natureza enchem o peito na esperança de impressionar as fêmeas, mas nenhum vence as fragatas em matéria de cor, perímetro e pura musicalidade.
O arquipélago das Galápagos é o lar da maior e mais duradoura tartaruga do mundo, que pode pesar 250 kg e viver cerca de 100 anos em estado selvagem. Galápago é a palavra espanhola para “cágado”. Este foi o nome que os primeiros exploradores deram às ilhas, depois de avistarem estas espantosas criaturas.
Este pinguim é a única espécie da sua família encontrada no (ou pouco a norte) do equador, representando a menor população de pinguins na Terra. O pinguim-das-galápagos vive em terra, deitando-se de barriga na praia rochosa, mas nada e caça em água.
Depois de caçar, um patola regressa ao ninho, junto de uma figueira-da-índia na ilha Wolf. Os cientistas estudam as aves noutros pontos das ilhas de modo a avaliar como as alterações a longo prazo na sua dieta podem prejudicar a reprodução e reduzir as populações.
Com apenas 25 milímetros de comprimento, estes animais são das mais minúsculas e ameaçadas espécies endémicas das Galápagos. Existem cerca de 60 espécies de caracóis da família Bulimulidae espalhadas pelas ilhas e grande parte está ameaçada devido a espécies invasoras e a actividades humanas.
Antes de serem Galápagos, chamavam-se Las Encantadas, ilhas semelhantes a protuberâncias cobertas por espuma, correntes de lava e animais estranhos. “Nunca pertenceram a homens nem a lobos”, escreveu Herman Melville. “O som da vida que aqui mais se ouve é o assobio.” Os baleeiros atiravam essas tartarugas assobiadoras para os seus navios, comendo-as mais tarde. Enchiam barris com água e seguiam caminho. O arquipélago era-lhes particularmente estranho: afastada da América do Sul continental por aproximadamente mil quilómetros de água, a natureza tornou-se selvagem nestas ilhas. Dos animais que empreenderam a viagem vindos do continente, poucos sobreviveram. Os sobreviventes evoluíram, assumindo formas diferentes, adaptando-se às condições de cada ilha.