Nesta mina de carvão perto de Dresden (Alemanha), como noutras do resto do mundo, as escavadoras revolvem milhares de toneladas de solo, cascalho e argila para chegar aos depósitos de combustível fóssil.
A transformação de imagens de minas em peças de arte abstracta alerta para questões ambientais. De helicóptero, voando sobre minas de lenhite na Alemanha, um fotógrafo capta as marcas da extracção de carvão.
Texto: Daniel Stone
Fotografias: Tom Hegen
Tom Hegen cria retratos do Antropocénico, a era contemporânea em que a influência dominante na Terra é a actividade humana. O trabalho que desenvolve requer olhar de cima para o mundo, através de helicópteros ou drones. Captadas do céu, as suas imagens revelam as repercussões do recuo dos glaciares, da exploração dos terrenos agrícolas, das pedreiras poluídas e, neste projecto, das minas de carvão na Alemanha, o país de Hegen.





Algumas minas ainda estão em funcionamento. Outras já terminaram o seu ciclo de vida. Na Alemanha, o carvão lenhite está quase sempre enterrado, exigindo escavação industrial que pode contaminar ecossistemas e cursos de água. Com o carvão, obtém-se electricidade barata, mas com um custo elevado para os terrenos utilizados. Embora as marcas que ficam no terreno sejam perturbadoras, Tom dá a estes retratos uma beleza abstracta na esperança de que os leitores olhem para eles e reflictam sobre as questões ecológicas apresentadas.
Entretanto, há alguns sinais de mudança. O governo alemão prometeu encerrar a extracção de carvão e fechar estas centrais até 2038.