Os engenheiros fotográficos da National Geographic partilham as suas principais escolhas de câmaras compactas em 2023.
De modelos fáceis de usar e amigos da carteira a maravilhas da alta tecnologia concebidas para fotografar vida selvagem, veja estas recomendações da nossa equipa de engenharia fotográfica.
Texto: O'Brien e Eric Flynn
Fotografias: Rebecca Hale
As coisas podem ainda estar longe do normal, mas o nosso desejo de aventura permanece o mesmo. Seja vislumbrar uma ave rara no parque de estacionamento local ou explorar uma maravilha da antiguidade num destino distante, a tecnologia faz com que seja mais fácil do que nunca captar e preservar momentos preciosos.
Uma boa fotografia de viagem não só tem a capacidade de contar uma história, como também nos recorda a beleza extraordinária que o mundo tem para nos oferecer. “Enquanto bióloga e fotógrafa de conservação, fico sempre maravilhada com a diversidade da vida no planeta”, diz Jen Guyton, fotojornalista e exploradora da National Geographic. “Viajar para ver e fotografar as riquezas de natureza permite-me aprender coisas novas e apreciar a abundância deste planeta.”
Com isso em mente, sondámos a equipa de engenharia fotográfica da National Geographic para saber as câmaras compactas que recomendam – e porquê. Eles desenham e constroem equipamentos personalizados para fotógrafos profissionais e testaram produtos destinados ao consumidor para este guia anual. Seguem-se as suas escolhas para levar em viagem:
Fujifilm X-T5
Melhor para: Desempenho geral e facilidade de utilização. Os controlos de nível profissional e o estilo vintage tornam este modelo mirrorless APS-C ideal para um grande leque de fotógrafos, desde amadores e profissionais.
A série XT da Fujifilm -frequentemente a nossa primeira escolha – foi alvo de uma grande actualização este ano com a X-T5. A câmara é capaz de competir com modelos full-frame mirrorless e DSLRs em termos de desempenho, focagem automática qualidade de imagem e manuseio. Embora a X-T5 seja um pouco mais pequena do que a X-T4, conta com o fantástico sensor de 40 megapixel (MP) da X-H2, um dos mais detalhados sensores APS-C do mercado, o que, na opinião dos autores, a torna a actual campeã das câmaras de viagem de 2023.
Uma das melhores coisas da série X-T é a agradável experiência fotográfica que oferece a amadores e profissionais, combinando manípulos vintage com controlos modernos de nível profissional, construção à prova de elementos e portas para fotografia ou vídeo.
Ricoh GR III e GR IIIx
Melhor para: Portabilidade e facilidade de utilização. A Ricoh GR III e a GR IIIx oferecem um desempenho profissional em corpos diminutos.
A GR III integra uma respeitável potência fotográfica num tamanho de bolso. Tem um sensor APS-C estabilizado de 24 MP, focagem automática dual-type, um ecrã sensível ao toque responsivo e um sistema de menu fácil de navegar. É adequada para fotografia casual automática ou fotografia manual mais controlada. Se a distância focal efetiva de 28mm f/2.8 for demasiada para si, a GR IIIx, lançada em 2021, é idêntica à GR III em todos os aspetos, excepto na lente, ligeiramente mais pequena, equivalente a 40mm f/2.8.
Dica: A bateria da câmara não tem muita capacidade, mas a porta USB-C integrada facilita o carregamento com um carregador de telemóvel.
Fujifilm X100V
Melhor para: Fotografia de rua em viagem. O obturador de folha da Fujifilm X100V é silencioso e pode ser sincronizado com o flash a alta velocidade.
Quando foi lançada em 2011, a X100 original abalou a indústria das câmaras digitais, revitalizando esta marca lendária de máquinas fotográficas e trazendo o estilo retro para a vanguarda do design das câmaras.
O mais recente modelo, o X100V, conta com algumas alterações significativas. A lente tem o mesmo valor (equivalente a 35mm f/2), mas o novo design aumenta significativamente a nitidez de uma ponta à outra, tanto em imagens de grande angular como em grandes planos.
O corpo da câmara é quase à prova de elementos e inclui um ecrã destacável e uma pega ligeiramente alterada, bem como melhorias na disposição dos controlos (incluindo um control stick). As câmaras Fujifilm produzem os melhores JPEGs da indústria, com fabulosas simulações de vídeo; as câmaras da gama X1ooV são frequentemente o plano B dos fotojornalistas. esta tem um obturador de folha capaz de sincronizar com luz estroboscópica de alta velocidade e um filtro de densidade neutra (ND) para combater a luz solar mais forte.
Dica: Quando fotografar com a Fujifilm X100, leve sempre uma sapata de apoio para o polegar, uma proteção para a lente e uma alça de pulso. Estes acessórios permitem-lhe prescindir da mala da câmara e da tampa da lente.
Sony RX100VII
Melhor para: Velocidade e precisão numa embalagem minúscula. Graças à nova tecnologia de sensor, este modelo Sony pode captar 20 fotogramas por segundo quase sem distorção na imagem.
Apesar de ter mais de três anos, a RX100 de sétima geração da continua a ser uma das câmaras ultra-compactas mais versáteis. Esta versão dispõe de focagem automática em tempo real da gama profissional da Sony, oferecendo aos fotógrafos uma focagem automática de olhos/rosto altamente fiável que agora também funciona com animais. Nenhuma outra câmara deste tamanho tem focagem automática ou velocidades de obturador que se aproximem das desta pequena maravilha. Além disso, fotografa electronicamente quase sem distorção dos sujeitos em movimento.
Isto significa captura de imagens silenciosa e velocidades de obturador altas para fotografar em ambientes de grande luminosidade. A RX100VII tem uma lente zoom equivalente a 24-200mm que, embora não tão nítida como gostaríamos, permite ao viajante captar vários tipos de cenas. om costuma descrever esta gama esta gama de câmaras fotográficas como a sua escolha para uma” ilha deserta”. Se é cara para uma câmara tão pequena? Sim, mas tem um desempenho extraordinário.
Leica Q2 e Q2 Monochrom
Melhor para: Desempenho e luxo. A Leica tem um desempenho bastante completo, oferecendo simplicidade e uma qualidade de imagem fora de série.
Embora sejam caras, as veneráveis câmaras da série Q são maravilhosas de utilizar. A série Q inclui estas câmaras full-frame de lente fixa com lentes de 28mm f/1.7 com estabilização incorporada. Dado que as Q e Q-P de primeira geração foram descontinuadas, recomendamos a moderna Q2 e a Q2 Monochrom, ambas com um sensor de 47.5 MP, bateria de grande capacidade e corpo à prova de elementos.
A Q2 Monochrom é quase idêntica à Q2, mas só fotografa preto e branco e tem uma elegante pintura negra. A remoção dos filtros de cor (ou conjunto Bayer) produz fabulosas imagens a preto-e-branco. Também aumenta a nitidez e o desempenho a ISO elevadas pois permite que mais luz alcance os pixéis. Se preferir fotografar a cores, a Q2 será mais do seu agrado.
OM System OM-1
Melhor para: Fotografia de vida selvagem e trabalho criativo com paisagens. O corpo à prova de elementos de estilo profissional da OM-1, os manípulos para alteração rápida das definições e o seu pequeno sensor vão ajudá-lo a captar aquela imagem rara.
A OM System (ou seja, as câmaras Olympus) acaba de lançar o seu modelo de referência OM-1, uma grande melhoria da adorada série Olympus E-M1.
A OM-1 tem um design semelhante ao das câmaras da série E-M1, mas possui um sensor empilhado para captar imagens de alta velocidade até 10 FPS mecânicos e uns incríveis 120 FPS electrónicos. O sensor actualizado garante um melhor desempenho em condições de baixa luminosidade e dispõe de algoritmos de focagem automática com detecção de sujeitos capazes de detectar automóveis, aviões, animais e seres humanos.
Este modelo também capta imagens de alta resolução sem necessidade de tripé (pode captar imagens de 50 MP com uma rajada de 16 fotogramas) e tem um filtro Live-ND, que simula um filtro de densidade neutra. Além disso, a fotografia computacional para captura de imagens sem tripé consegue imitar imagens de longa exposição captadas com tripé (por exemplo uma queda de água desfocada). A gama profissional de lentes tem uma elevada qualidade de construção, proteções integradas, anéis de zoom e de focagem agradáveis de manusear e uma boa criação de efeito desfocado no plano de fundo.
As opções de lente da OM-1 tornam-na ideal para observadores de aves e de animais selvagens. A nova 5150-400mm F4.5 TC1.25x IS PRO oferece um alcance ligeiro de 300-800mm e um teleconversor integrado até 1000 mm, em utilização sem tripé. Tom testou esta combinação de lente e câmara e divertiu-se imenso a fotografar as aves do seu bairro sem cansar demasiado os braços.
Dica: As melhores lentas incluem a Olympus 12-100mm F/4 IS PRO (24-200mm), a 12-24mm f/2.8 II PRO (equivalente a 24-80mm f/2.8), a 40-150mm F/2.8 PRO (80-300mm zoom profissional), a 7-14mm PRO (zoom de grande angular), a 300mm F/4 IS PRO (equivalente a 600mm F4) e a 150-400mm F4.5 TC1.25x IS PRO (300-800mm f/4.5).
Fujifilm X-S10
Melhor para: Pelo preço, a Fujifilm XS 10 é melhor câmara de viagem versátil com lentes intermutáveis.
Como o sensor APS-C de 26 megapixel com estabilização interna, a X-S10 é incrivelmente ergonómica apesar de ser mais pequena. Possui controlos contemporâneos discretos e um selector de modos, com um estilo retro semelhante ao de outros corpos Fujifilm.
De que se prescinde para conseguir este preço e tamanho compacto? A bateria é mais pequena, tem apenas uma entrada para cartão de memória, o visor óptico é mais pequeno, não é à prova de elementos e a velocidade de obturador máxima é ligeiramente inferior. Para nós, porém, parece-nos uma troca justa.
Dica: Graças à sua pega ergonómica esta câmara combina bem com uma lente zoom genérica. O Fujifilm XF18-135mm f/3.5-5.6 R LM OIS WR é o kit de lentes de viagem perfeito.
Nikon Z30
Melhor para: Viajantes preocupados com o orçamento que querem viajar com a mala leve e não prescindem de vídeos de qualidade.
A nova Nikon Z30 é a terceira versão da gama APS-C de encaixe Z da marca. Distingue-se pelo seu tamanho compacto. Isso deve-se em parte à ausência de um visor electrónico, de um limite de gravação de 30 minutos e de um ecrã de inclinação variável.
Embora seja considerada uma câmara de gama de entrada, a Z30 capta vídeo 4K de 30p sem cortar a imagem, algo que não se pode dizer da sua irmã full-frame mais crescida, a Z5. As suas credenciais fotográficas são igualmente impressionantes, com o mesmo fabuloso desempenho em condições de baixa luminosidade, um obturador mecânico de 11 FPS com AF Tracking, bom desempenho AF e a opção de gravar as imagens como ficheiros RAW de alta qualidade.
Mais importante é leve, fácil de transportar durante todo o dia e muito divertida de usar. Combina na perfeição com a compacta Nikon DX 16-50mm f/3.5-6.3 VR, documentando magnificamente as suas aventuras.
Dica: Se estiver mais preocupado com o alcance do que com o tamanho da câmara, experimente juntar uma Nikkor Z DX 50-250mm f/4.5-6.3 VR ao seu saco. Com os seus 375mm efectivos e 5 modos de estabilização, não terá dificuldades em captar imagens fabulosas de sujeitos distantes.
Canon EOS R7
Melhor para: Fotografia de vida selvagem e de acção.
A R7 é uma das primeiras Canon APS-C com encaixe RF (anunciadas em Maio de 2022, juntamente com a aligeirada R10). É a maior câmara desta lista e justifica o seu tamanho com características impressionantes, incluindo um dos melhores sensores APS-C do mercado (a XT5 é a actual detentora da coroa) com 32 megapixels.
As suas características adicionais incluem a estabilização incorporada, capaz de auto-nivelar os seus horizontes, um obturador mecânico de 15 FPS (e uns fabulosos 30 FPS electrónicos), duas entradas para cartão UHS-II e uma pega ergonómica confortável na qual se inserem as mesmas baterias LP-E6NH utilizadas pelas suas irmãs full-frame e lhe conferem uma autonomia de bateria muito fiável.
Também ficámos impressionados com a sua focagem automática de objetos, que usa os mesmos algoritmos de aprendizagem que a R3, mas a detecção de rosto e olhos deixa um pouco a desejar. O corpo à prova de elementos dá-lhe segurança para a levar para quase todo o lado, sendo uma bela companheira para momentos de acção e aventura.
Dica: Combine este corpo potente com uma boa lente. Recomendamos que compre um adaptador de encaixe Canon EF-RF para poder tirar partido das inúmeras lentes usadas DSLR EF disponíveis no mercado.
Sony a7C
Melhor para: Fotografia full-frame com lentes intermutáveis para viajar.
A a7C foi vencida no ano passado pela Canon RP (a primeira câmara de lentes full-frame intermutáveis da nossa lista). No entanto a a7C oferece algumas características dignas de nota. É incrivelmente compacta para uma câmara full-frame.
A nossa pesquisa sugere que o corpo desta câmara tem a mais pequena lente full-frame intermutável com obturador mecânico ou sensor empilhado do mercado. Esta distinção é importante porque há câmaras full-frame mais pequenas, mas ou têm lente fixa ou não possuem um sensor de obturador/leitura rápida, dificultando a fotografia de sujeitos em movimento.
Apesar de pequena, a a7C vem equipada com o rápido e fiável sistema de focagem automática em tempo real da Sony. Combine esta câmara com uma das lentes ultra-pequenas e de alta qualidade da Sony, como a Sony 24mm f/2.5, 35mm f/2.8, 40mm f/2.5, ou a 50mm f/2.5. Desta forma, obterá uma câmara de viagem maravilhosamente compacta com sensor full-frame.