museus

A Biblioteca Joanina, no Paço das Escolas em Coimbra, retira o fôlego ao visitante. Se houver um paraíso para os bibliófilos, será algo parecido com isto.

Coimbra, Viseu, Funchal, Montemor-o-Novo, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Castelo de Paiva, Cinfães, Resende, Baião, Marco de Canaveses, Amarante e Celorico de Basto. Neste Dia Internacional dos Museus propomos-lhe uma visita a alguns dos espaços museológicos mais emblemáticos destes concelhos.

1. MUSEU NACIONAL GRÃO VASCO

Único no seu género, o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, apresenta o espólio de um dos maiores génios artísticos portugueses.

Museu nacional Grão Vasco

Após alguns anos instalado numa das dependências da Sé Catedral de Viseu, o Museu Nacional Grão Vasco mudou-se, de armas e bagagens, para o
centro histórico da cidade beirã em 1916, ocupando o espaço do antigo Paço Episcopal dos Três Escalões, uma edifi cação do século XVI.
A vastidão da colecção exige uma visita demorada. O Museu Nacional Grão Vasco oferece uma experiência inolvidável para aqueles que não cedem à opressão
da velocidade e apreendem com lentidão tudo o que está ali exposto.
Pintura, escultura, cerâmica, desenho, ourivesaria, mobiliário, metais, numismática, têxteis, vidro, gravura, documentação e arqueologia são as áreas abrangidas
no acervo do museu. 
O destaque da colecção vai para o notável conjunto de pinturas de retábulo provenientes da Catedral de Viseu, de igrejas da região e de depósitos de outros museus. Na pintura, o foco vai também para a série de painéis quinhentistas do patrono do museu, Vasco Fernandes, que, graças à grandiosidade do seu talento, ficou conhecido justamente pelo nome de Grão Vasco.

Museu nacional Grão Vasco

A Adoração dos Magos, obra de Vasco Fernandes ou Grão Vasco.

O painel de São Pedro, que faz parte deste tríptico, é a sua p ntura mais famosa e impressiona pela monumentalidade e estilo decorativo. Além do mestre, outros pintores estão contemplados como representantes dos séculos XVI e XVII, casos de Simão Rodrigues, e da fase do romantismo com António Manuel da Fonseca e Domingos Sequeira.

Ainda na vertente da pintura, foi concebida uma sala dedicada a Columbano Bordalo Pinheiro.

A colecção de cerâmica reúne três tipos de porcelana: oriental, faiança portuguesa e cerâmica europeia. Não deixa de ser curioso que, no caso das faianças do século XVII, produzidas em oficinas portuguesas, seja evocada a Expansão Portuguesa no Oriente, recorrendo-se com frequência à imitação de modelos decorativos chineses, quase semelhantes aos da dinastia Ming.

Na ourivesaria, existem diversos exemplares de peças gravadas com os brasões de família e outras insígnias de posse, com evidência para as peças de uso cerimonial. De resto, é obrigatório passar com atenção pelas salas do mobiliário, dos metais e dos têxteis. Por fim, realce-se a área da arqueologia que apresenta peças relevantes sobre a cidade, com destaque para uma ara votiva dedicada a uma divindade pré-romana e recolhida na própria cidade de Viseu.

Museu Grão Vasco

Museu nacional Grão Vasco

Paço dos Três Escalões, Viseu
Horário: De 3.ª feira a domingo, das 10h às 13 e das 14h às 18h
Contactos:
Tlf.: +351 232 422 049
E-mail: mngv@mngv.dgpc.pt
GPS: 40º39’36 N 7º 54’39 O 

2. COLÉGIO DOS JESUÍTAS

O Colégio dos Jesuítas, no Funchal, é a sede da universidade da ilha e contém um espólio riquíssimo, tanto no edifício como na igreja anexa. 

A ilha da Madeira, depois de ter sido descoberta em 1419, só iniciou o povoamento seis anos depois. A sua situação estratégica junto da costa africana e a fertilidade do solo contribuíram para que os primeiros povoadores se adaptassem às condições naturais da ilha e prosperassem. Mais vieram, mas a Madeira ainda era vaga de gentes.

O ano marcante na história da ilha é 1566. Ocorreu então um ataque de uma esquadra francesa, que causou alarme mas poucos danos na população. No território continental, Henrique I, O Casto, geria a crise dinástica sebastiânica e, devido ao clima de religiosidade que a nação vivia, as companhias religiosas adquiriram uma importância extrema.

Uma delas era a dos Jesuítas. Ao tomarem conhecimento do ataque à ilha distante, decidiram enviar representantes para encorajar os habitantes e atestar se as crenças religiosas dos madeirenses não tinham sido afectadas. A visita teve tanto sucesso que ficou decidida a edificação de um colégio que permitisse um contacto próximo da Companhia com a população.

Colégio dos jesuítas

Aportaram em 1570 e instalaram-se num quarteirão a norte da Rua das Queimadas. O corpo do colégio começou a tomar forma e ficou concluído em 1599. Por fim, a Companhia de Jesus já tinha um espaço na Madeira, naquele que foi o maior empreendimento local até ao século XIX, pois comportava o edifício colegial e a Igreja de São João Evangelista.

Hoje, todo o complexo, além de ser a sede da Universidade da Madeira, é um espaço museológico de planta rectangular. As diversas divisões apresentam uma riquíssima colecção de mobiliário proveniente da antiga Quinta do Monte, onde faleceu o último imperador da Áustria, Carlos de Habsburgo.

A Igreja, que complementa o Colégio, apresenta um notável conjunto de retábulos de talha dourada do século XVII, com particular ênfase para a do altar-mor, considerada uma jóia da talha madeirense. O Colégio dos Jesuítas organiza visitas guiadas e exposições sazonais.

Não deve igualmente ser perdida a oportunidade de visitar a magnífica Sé do Funchal, cujo retábulo de madeira nobre testemunha a prosperidade gerada pela cana-de-açúcar.

Colégio dos Jesuítas

Colégio dos jesuítas

Rua dos Ferreiros Estrada, Funchal
Horário: De 2.ª a 6.ª feira, das 10h às 18h30. Ao sábado, encerra às 18h
Contactos:
Tlf.: +351 291 705 060
E-mail: colegio@aauma.pt
GPS: 32º39’36.84 N 16º 52’27.93 O 

3. MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO

Em Coimbra, reside a mais espantosa colecção de escultura do país num museu implantado... sobre outro museu.

No contexto museológico nacional, o Museu Nacional Machado de Castro é caso único. Entre as diversas relíquias espalhadas por Coimbra, o museu pode, à primeira impressão, passar despercebido, mas esta noção é imediatamente invertida depois de se percorrer demoradamente as salas, os corredores, as galerias, os subterrâneos e todos os espaços anexos.

museu machado de castro

Retábulo com cenas da Vida da Virgem, proveniente da Igreja da Misericórdia.

Assente sobre o fórum romano da antiga Aeminium – uma descoberta que só se consolidou cientificamente na década de 1930 –, as origens do espaço hoje ocupado pelo museu remontam ao século XII, quando algumas casas e terrenos, incluindo a Igreja de São João de Almedina, foram incorporados no Paço Episcopal – a zona de residência oficial dos bispos na designada “Alta” de Coimbra.

museu machado de castro

A Capela do Tesoureiro, quase intacta depois de retirada da Igreja de São Domingos (inacabada).

Ao longo dos anos, a residência episcopal foi sofrendo alterações não só na traça, mas também na decoração, destacando-se a construção da loggia de estilo italiano e as marcas manuelinas que foram acrescentadas à ala norte a partir do século XVI.

Também o pátio, diversas vezes remodelado, recebeu um chafariz no século XVII, período em que se procedeu ainda à remodelação da ala sul, com a edificação de tectos entalhados e a colocação de grades nas janelas exteriores.

museu machado de castro

Representação de Trajano no criptopórtico.

No início do século XVIII, e atendendo ao estado precário da igreja, Dom João de Melo mandou erguer um novo templo, que manteve o velho nome. Só nos finais do século seguinte voltaram a ocorrer obras de restauro, embora estas não tenham agradado a Dom Manuel de Bastos Pina, de tal forma que este não voltou a habitar o edifício, tornando-se o último bispo aresidir no paço episcopal.

Com a alvorada da República, o paço foi declarado Monumento Nacional e, no ano seguinte, foi aqui instalado o Museu Nacional Machado de Castro finalmente inaugurado em 1913. Desde então, procedeu-se a diversas obras, adaptações e escavações, que acabaram por revelar inúmeros vestígios arqueológicos, entre os quais se destaca a descoberta do extraordinário criptopórtico que sustentava o fórum romano da antiga Aeminium e muitos achados nas escavações consequentes.

museu machado de castro

APÓSTOLOS DE TERRACOTA. No Mosteiro de Santa Cruz, no século XVI, existia uma jóia rara. Não se tratava de ourivesaria, mas sim de uma extraordinária
colecção de figuras de terracota criadas pelo escultor Hodart. Em material muitas vezes efémero, estes apóstolos notáveis chegaram aos nossos dias e são figuras de proa do museu coimbrão.

Entre obras de pintura, cerâmica, mobiliário e ourivesaria, o museu recolheu também a mais significativa colecção escultórica do país. O estilo românico em Portugal raramente alimentou escultura de vulto, mas as peças mais impressionantes, como um espantoso cavaleiro medieval, foram aqui depositadas. Não perca igualmente o conjunto monumental do presépio de terracota de Hodart, exemplar único de uma arte efémera que nos chegou quase por acidente.

Museu Nacional Machado de Castro

museu machado de castro

Horário: De 4.ª feira a domingo, das 10h às 18h À 3.ª feira, só abre às 14h
Contactos:
Tlf.: +351 239 853 070
E-mail: geral@mnmc.dgpc.pt
GPS: 40º12’32 N 8º 25’31 O 

4. PAÇO DAS ESCOLAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

O Paço das Escolas, núcleo histórico da Universidade de Coimbra, é um manancial de preciosidades que subsistiu até à actualidade.

Patrocinada pela realeza,com ligações íntimas à história de Portugal, a Universidade de Coimbra é um espelho da evolução do conhecimento e talvez o mais duradouro de transmissão de sabedoria entre todas as instituições portuguesas. O actual Paço das Escolas começou por ser, na génese, uma fortaleza, a alcáçova islâmica de Coimbra, restaurada após a reconquista pelo moçárabe Dom Sesnando.

paço das escolas da universidade

Biblioteca Joanina.

O Paço tornou-se Real a partir do reinado de Dom Afonso Henriques, que ali chegou a viver. Foi também o berço da maioria dos reis da Primeira Dinastia. No entanto, sensivelmente a partir do reinado de Dom Dinis, o palácio foi sendo paulatinamente abandonado. Já no século XVI, Dom Manuel I viria aremodelá-lo e Dom João III recuperaria a glória do Paço Real, instalando ali a Universidade de Coimbra.

Apesar das novas e nobres funções, a universidade coimbrã respeitou o perímetro dos paços primitivos, integrando-se no conjunto arquitectónico heterogéneo que é hoje a Universidade de Coimbra – o antigo Paço da Alcáçova passou a pertencer à Universidade tomando finalmente a designação de Paço das Escolas em finais do século XVI, já no reinado de Filipe I.

Todo este conjunto, classificado como Património Mundial em 2013, tem dependências que foram sofrendo intervenções ao longo dos tempos eestilos arquitectónicos que o demonstram – o gótico, o manuelino, o renascentista, o maneirista, o barroco, o pombalinoeo neoclássico descobrem-se nestes livros de pedra. O Paço das Escolas contempla a Porta Férrea, a Escadaria de Minerva, a Torre da Universidade, o Edifício dos Gerais, a Via Latina, amanuelina Capela de São Miguel, o Colégio de São Pedro, a Biblioteca Joanina e o Auditório da Faculdade de Direito, concluído em 2001. Hoje, é no Paço das Escolas que estão instaladas a reitoria, a Faculdade de Direito e os serviços administrativos e culturais. Boa parte dos espaços são visitáveis, embora com o respeito natural aos períodos lectivos.

Do Paço Real ao actual Paço das Escolas, a essência coimbrã da cultura, história eensino continua viva e palpitante.

Paço das Escolas

paço das escolas

Universidade de Coimbra
Horário: Todos os dias da semana, das 9h às 19h
Contactos:
Tlf.: +351 239 242 744
GPS: 40º12.2819 N 8º 25.3040 O 

5. GRUTA DO ESCOURAL

A Gruta do Escoural, nos arredores de Montemor-o-Novo, dá a descobrir a cultura, os hábitos e os ritos dos nossos antepassados.

A cerca de cinco quilómetros de Santiago do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo, localiza-se a gruta do Escoural, um dos santuários mais exuberantes da arte parietal pré-histórica em Portugal. Foi descoberta acidentalmente em 1963 e, de certa maneira, acompanhou as próprias vicissitudes do estudo arqueológico em Portugal. Estudada em início de carreira pelo arqueólogo Farinha dos Santos, depois de uma carreira passada na famigerada polícia política do Estado Novo, despertou logo em 1965 o interesse do abade Glory, que publicou em França um estudo notável, sobretudo porque o arqueólogo francês apenas estivera três dias na região.

Um projecto abrangente de documentação foi travado pela morte de Glory em 1966 e, apesar de descobertas pontuais de novos signos, a gruta só voltou a ser investigada em 1977, quando Mário Varela Gomes, Farinha dos Santos e Pinho Monteiro conduziram importantes escavações no interior e exterior. Em 1989, António Carlos Silva e M. Otte desenvolveram novos trabalhos de escavação, identificando expressões artísticas não detectadas. Varela Gomes viria ainda a escavar um povoado neolítico nas imediações, e João Luís Cardoso identificou a fauna paleontológica que ocupou a cavidade, encontrando vestígios de hiena e leão-das-cavernas.

O último trabalho de fôlego no Escoural não foi científico: a requalificação do espaço pelo arquitecto Nuno Simões, há muito necessária, tornou visitável esta câmara de acesso ao Paleolítico Superior e ao epipaleolítico. A investigação, entretanto, tem novas fronteiras, pois nunca foi possível estimar uma data precisa para o impressionante conjunto artístico do Escoural.

A entrada na gruta é feita de capacete com iluminação, um lembrete de que o espaço é apertado e as estalactites podem causar mossa. Colónias de morcegos ocupam também o espaço e transmitem outra vibração a este notável conjunto. Todas as visitas são guiadas e o visitante deve começar a exploração pelo centro de interpretação de Santiago do Escoural.

Gruta do Escoural

gruta do escoural

Horário: Visitas apenas por marcação: às 10h30 e às 14h30
Contactos:
Tlf.: +351 266 857 000
E-mail: grutadoescoural@cultura. alentejo.gov.pt
GPS: 38º32’38.73 N 8º 08’16.11 O 

6. CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO ROMÂNICO

Os acontecimentos e as personalidades deixam marcas vincadas na história. Menos imediata, a arquitectura é, porém, mais perene. Na pedra, ficam gravadas ambições e credos. O estilo românico é o nosso tijolo fundador.

Entre o Sousa, o Douro e o Tâmega, a história de Portugal foi muitas vezes gravada a sangue e fogo. O início da reconquista territorial e a consolidação da nacionalidade foram aqui forjadas e deixaram marcas duradouras na cultura. As pedras de igrejas, capelas, mosteiros,torres, pontes, memoriais ou castelos têm muito para relatar.

A Rota do Românico é um programa turístico-cultural que procura ligar 58 monumentos de várias tipologias subordinadas ao estilo românico. São essencialmente monumentos dos séculos XI a XIV, contemporâneos da consolidação do território, que foram carinhosamente restaurados até se prestarem à fruição dos visitantes.

centro interpretação românico

Sala do Território e Formação de Portugal. A visita é pensada no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Esta é a primeira sala que documenta a natureza do território dos 12 municípios dos vales do Sousa, do Douro e do Tâmega e a sua intervenção nos primeiros séculos de consolidação do reino de Portugal.

De Felgueiras a Lousada, de Paços de Ferreira a Paredes, de Penafiel a Castelo de Paiva, de Cinfães a Resende, de Baião a Marco de Canaveses e de Amarante a Celorico de Basto, há uma vasta oferta monumental que procura facultar ao visitante a chave para abrir o cofre do românico.

Este estilo, em Portugal, não teve a exuberância e monumentalidade do românico francês ou germânico. Usou sobretudo os materiais disponíveis e adoptou programas decorativos singelos, à medida do território onde se implantou e das posses das comunidades que o estimularam. Em contrapartida, há uma notável coesão como se boa parte destes monumentos tivessem saído do mesmo livro de esboços de um único arquitecto.

mosteiro

Pormenor do Mosteiro de Travanca. 

Em 2018, os municípios parceiros do projecto da Rota do Românico inauguraram o 59.º pólo visitável. Desta vez, não é uma igreja como o extraordinário templo de São Pedro de Ferreira, nem um mosteiro como de Pombeiro, nem tão-pouco uma ponte como a de Esmoriz ou um castelo como o de Arnóia. Trata-se de um centro interpretativo  que procura descodificar a história subjacente ao estilo românico em Portugal e na Europa, partindo depois para a informação sobre as características fundamentais do estilo e as causas para a sua implantação.

igreja

A Igreja de São Martinho de Mouros, em Resende.

Interactivo, com programas dedicados à população em idade escolar, o Centro de Interpretação constituiu um arrojo arquitectónico, erguendo-se numa estrutura de betão num concelho como Lousada onde o granito predomina. O interior reproduz um claustro e convida a compreender em seis salas o território e a formação de Portugal, a sociedade medieval subjacente, o estilo românico, os construtores, o peso do simbolismo e da cor, antes de explicar ao visitante a longa viagem que os próprios monumentos fizeram, sem saírem do lugar, da Idade Média à contemporaneidade. Tão importantes como o mecenas que custeava uma obra ou o pároco que a consagrava a um santo de devoção local, os construtores destes templos de pedra são agora reabilitados. Devolva-se-lhes a vida através das obras que, implantadas em alicerces frágeis e instáveis, sobreviveram a tudo e fizeram a viagem de quase novecentos anos com o pequeno país que então nascia.

Centro de Interpretação

centro interpretação românico

Praçadas Pocinhas,107, Lousada
Horário: De 3.ª feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h
Contactos:
Tlf.: +351 255 810 706
E-mail: visitasrr@valsousa.pt
GPS: 41º27’85.67 N 8º 28’33.57 O

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