Apelidada de “Aldeia Mágica”, Drave é uma aldeia nas faldas da serra da Freita. Está desabitada, mas é mágico descobri-la a pé.
Texto: Paulo Rolão
Drave é um segredo escondido no coração da serra da Freita, o território de eleição do Arouca Geopark. É, de certo modo, uma terra incógnita, abandonada pelo último dos seus habitantes, mas estimada por aqueles que fazem das caminhadas e dos percursos pedestres uma paixão.
Sujeita às agruras do clima na serra da Freita, Drave está envolta num manto de misticismo muito particular. Em 2009, tornou-se tema de notícia quando se constatou que estava formalmente desabitada. A aldeia, porém, não foi riscada do mapa. Aos poucos, com a requalificação de alguns espaços urbanos e dos trilhos vizinhos, ganhou um segundo fôlego e tornou-se um objectivo para caminhantes. O seu magnetismo correu de boca em boca e a história da “aldeia mágica” passou a atrair caminhantes em todas as estações.
O percurso para atingir esta mancha de antigas casas de xisto ea capela caiada de branco como contraste cromático tem como ponto de partida a aldeia vizinha de Regonfe, num percurso de 8km de ida e volta.
Beneficiada com intervenções do Centro Escutista, que reabilitou algumas habitações desde 1992, sob a égide de um programa internacional, o factor mais valorizado é o trilho que se mantém imaculado. É o território das aves, dos insectos que zumbem, do som refrescante da água das ribeiras, da vegetação que, sem controlo, trepa pelas árvores e cobre os blocos rochosos.
Em Drave, não há electricidade, instalações sanitárias, gás, água canalizada ou outros confortos modernos. Mas, na realidade, qual a utilidade destas comodidades quando se tem a natureza em todo o seu esplendor só para nós?