Há vários miradouros com vistas empolgantes ao longo do Douro Internacional, mas o mais impressionante é o do Carrascalinho.
Texto e fotografias: Luís Quinta
Chegando a Fornos, vindo de sul, ou de norte pela N221, encontram-se várias referências a este miradouro com sinalização bem explícita e objectiva. O trajecto até às plataformas do miradouro, no concelho de Freixo de Espada à Cinta é curto e com estrada em boas condições.
É um deleite para a vista olhar o rio Douro do miradouro do Carrascalinho. Como num caleidoscópio, é preciso habituar os olhos à profundidade da paisagem, com diferentes matizes de verdes, cinzentos ou ocres; à água no fundo do vale a mais de 450 metros de desnível; ao vento, às aves, aos insectos. Tudo isto torna especial a experiência.
Com tempo e um par de binóculos, terá à sua disposição um bailado celeste. As aves dominam a paisagem com as suas vocalizações, o batimento das asas ou a mera planura ao sabor do vento. Há espécies para todos os gostos ou não estivéssemos num Parque Natural: grandes a pequenas, coloridas, pardacentas e miméticas.
Não é difícil observar várias espécies de aves planadoras, mas as mais comuns são os grifos e os abutres-do-egipto. Com sorte e saber, pode vislumbrar alguma águia-real, uma águia de Bonelli ou a rara cegonha-preta. Quem sabe se não passa um falcão-peregrino com uma presa nas garras, no instante em que ali estiver a contemplar a paisagem? Tudo é possível no Parque Natural do Douro Internacional!
Na Primavera e no Verão, a inconfundível silhueta do abutre do Egipto patrulha os céus à procura das carcaças de que se alimenta.
Nas proximidades do miradouro, pode ainda ver perdizes, melros, chapins, alvéolas, entre outros passariformes mais pequenos. A Primavera e o início do Verão são as épocas mais indicadas para observar esta diversidade de avifauna, pois a grande maioria das espécies nidificantes anda atarefada a tratar das suas criações.
Alguns répteis como lagartos e lagartixas podem ser também observados, bem como uma grande diversidade de insectos, como gafanhotos, borboletas, entre outros invertebrados.
Visite este local com tempo, para se sentar nas rochas e passar ali uns bons minutos. Esqueça o relógio e as contrariedades da vida moderna. Quanto mais tempo estiver no miradouro, mais animais acumulará no baú da sua memória.